Banco Mundial aumenta previsão de crescimento da América Latina para 2026

O Banco Mundial revisou suas previsões de crescimento econômico para a América Latina e o Caribe, aumentando a estimativa para 2026 de 2,4% para 2,5%. No entanto, a região ainda enfrenta desafios significativos, como inflação alta, endividamento elevado e incertezas relacionadas às políticas tarifárias dos Estados Unidos.
Para este ano de 2023, a previsão de crescimento econômico permanece estável em 2,3%, ligeiramente superior aos 2,2% registrados no ano passado. No Brasil, a expectativa de crescimento para 2025 é de 2,4%, mas há uma previsão de desaceleração para 2,2% em 2024. Para o México, o crescimento econômico esperado é de 0,5% em 2023, um aumento em relação à previsão anterior de 0,2%, e deverá acelerar para 1,4% no próximo ano.
A vice-presidente do Banco Mundial para a região, Susana Cordeiro Guerra, destacou que os governos têm gerido suas economias diante de várias dificuldades, mantendo uma certa estabilidade. Ela enfatizou a importância de continuar as reformas para criar um ambiente mais favorável aos negócios, investir em infraestrutura e estimular a participação do capital privado.
Na Argentina, a projeção de crescimento foi revisada para baixo, de 5,5% para 4,6% em 2025. Para 2026, a expectativa é que o crescimento desacelere ainda mais, atingindo 4%.
Por outro lado, a economia da Bolívia enfrenta uma expectativa de contração para este ano e o próximo, o que representa um desafio para o novo presidente que será eleito no segundo turno, previsto para 19 de outubro. O Banco Mundial observou que, apesar de uma expectativa de preços estáveis, as metas de inflação estão se tornando mais difíceis de serem atingidas e as taxas de juros estão caindo lentamente. Além disso, as incertezas relacionadas às tarifas impostas pelos Estados Unidos impactam negativamente os investimentos.
O relatório também aponta barreiras ao crescimento econômico, como a infraestrutura deficiente, a preferência por empresas estabelecidas e a baixa qualidade da educação em diversos níveis. Essas questões dificultam o empreendedorismo e o crescimento das grandes empresas.
William Maloney, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, observou que muitas empresas desejam expandir suas contratações, mas enfrentam dificuldades para encontrar trabalhadores qualificados. Ele atribui essa situação a falhas no sistema educacional e de formação profissional na região.