O governo dos Estados Unidos enfrenta um fechamento parcial que se aproxima de uma semana, e o presidente Donald Trump começou a sinalizar uma possível abertura para negociações com os democratas. Na segunda-feira, ele compartilhou mensagens contraditórias sobre o andamento das discussões, especialmente sobre os subsídios de saúde, que são o foco principal desse impasse orçamentário.
Depois de dias afastado das negociações, Trump declarou que está disposto a discutir os subsídios de saúde, sugerindo que as conversas já poderiam ter começado. Essa mudança no tom foi notável, pois, nos dias anteriores, os republicanos afirmavam que só considerariam os subsídios do Obamacare após a reabertura do governo. Em resposta, o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, disse que, embora não houvesse negociações em curso, os democratas estariam prontos para dialogar.
No entanto, poucas horas depois, Trump recuou e afirmou que qualquer conversa sobre saúde dependeria da reabertura do governo. Esse movimento indicou uma crescente pressão dentro da Casa Branca, já que muitos servidores federais estão prestes a perder seus salários e pesquisas indicam que os republicanos são vistos como os culpados pela situação.
No Congresso, a incerteza persiste. Sessões de votação sobre projetos para manter o governo aberto continuaram a ser rejeitadas, sendo a última tentativa a quinta no dia. Os senadores ainda não têm clareza sobre o real significado das declarações de Trump, se elas indicam uma mudança de postura ou se apenas se tratam de uma retórica.
A paralisação atual suspendeu serviços públicos não essenciais e deixou centenas de milhares de cidadãos sem pagamento. A pressão deve aumentar ainda mais, com servidores federais prestes a não receber salários em 10 de outubro e militares previstos para ficarem sem pagamento em 15 de outubro.
Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, afirmou que Trump está em contato com líderes republicanos, mas não havia qualquer movimento em direção aos democratas. Os republicanos acreditam que têm uma vantagem na narrativa atual e, por isso, não veem necessidade de negociar até que o governo seja reaberto. Eles defendem que a reabertura vem antes de qualquer conversa sobre saúde.
Os democratas, por sua vez, afirmam que a reabertura do governo deve incluir a renovação dos subsídios do Affordable Care Act, que estão previstos para expirar em 2025, além de reverter cortes no Medicaid feitos na legislação assinada por Trump.
O presidente da Câmara, Mike Johnson, afirmou que não há nada para negociar até que esta questão da reabertura seja resolvida, uma visão compartilhada por outros líderes republicanos. Eles têm a intenção de continuar a colocar em votação o mesmo projeto que já foi aprovado na Câmara, até que os democratas concordem em ceder.
Enquanto isso, a pressão política aumenta. Alguns republicanos discutem internamente a possibilidade de compromissos, mas reiteram que o governo deve reabrir primeiro. A senadora Susan Collins mencionou discussões informais sobre limites de renda, enquanto o senador Markwayne Mullin disse que, embora haja diálogos com democratas, isso não significa que as negociações sobre a reabertura do governo estejam em andamento.
O tempo passa e a pressão apenas cresce. A deputada Marjorie Taylor Greene expressou suas preocupações sobre os crescentes custos de saúde e criticou a falta de estratégia do partido, classificando a situação como vergonhosa. Ela destacou que questões fundamentais estão levando o governo a um fechamento, ressaltando a gravidade da situação que afeta diretamente a população americana.