O setor da construção civil no Brasil sofreu uma revisão em suas previsões de crescimento para 2025, devido ao impacto dos juros altos. De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a expectativa de crescimento foi reduzida de 2,3% para 1,3%. Essa medida reflete as dificuldades enfrentadas pelo setor, que se vê afetado pela taxa Selic, que atualmente está em 15%.
Conforme informações da CBIC, o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil apresentou uma queda de 0,6% no primeiro trimestre de 2025 e de 0,2% no segundo trimestre, quando comparado aos trimestres anteriores. Apesar desse desempenho negativo em alguns períodos, em comparação ao mesmo período do ano passado, o setor cresceu 1,8% no segundo trimestre de 2025. Esse número é inferior ao crescimento de 3,4% do primeiro trimestre e de 4,3% no quarto trimestre de 2024.
Embora o setor tenha registrado um aumento de 23% em relação ao nível pré-pandemia, que se referem ao final de 2019, o ritmo de atividade é o mais lento desde 2020. A média de atividade do setor foi de 47,2 pontos, evidenciando um cenário desafiador. As dificuldades no acesso ao crédito são apontadas como uma das principais razões para esse desempenho.
Nos primeiros oito meses de 2025, houve uma queda de 20,32% nas unidades financiadas com recursos da poupança, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Foram financiadas 283.360 unidades neste ano, enquanto em 2024 o número foi de 355.621. Em termos financeiros, a redução foi de 18%, totalizando R$ 97,1 milhões em 2025, comparados a R$ 118,4 milhões no ano anterior.
Para 2026, há esperança de uma recuperação parcial do setor. Espera-se que as mudanças nas regras de financiamento imobiliário liberem R$ 37 bilhões em crédito habitacional. Além disso, a expectativa de uma possível redução da taxa Selic pode facilitar o acesso a financiamentos, melhorando as condições para os consumidores.
Outra perspectiva positiva é a possibilidade de um acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos que poderá impactar as tarifas de importação. Segundo especialistas, esse acordo pode fortalecer a indústria e a economia, trazendo benefícios indiretos para o setor da construção.
