O presidente da China, Xi Jinping, reforçou nesta sexta-feira (11) a necessidade de uma aliança entre Pequim e a União Europeia (UE) para combater políticas comerciais unilaterais, em um contexto marcado pela intensificação da guerra tarifária com os Estados Unidos. Durante uma reunião com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, em Pequim, Xi destacou a importância de os dois blocos se unirem para “opor-se conjuntamente aos atos de intimidação unilateral” e “cumprir suas responsabilidades internacionais para proteger o comércio global”.
“Não há vencedores em uma guerra tarifária”, afirmou Xi, em sua primeira declaração pública desde que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, aumentou as tarifas sobre produtos chineses para mais de 145%. Em retaliação, a China anunciou, nesta sexta-feira, tarifas de 125% sobre importações americanas.
O premiê espanhol, por sua vez, mencionou sua expectativa de que a Comissão Europeia utilize os 90 dias de trégua tarifária concedidos pelos EUA para negociar um “acordo favorável”. Ele também enfatizou a necessidade de uma relação mais equilibrada entre a UE e a China, afirmando que “guerras comerciais não são benéficas — o mundo precisa que China e EUA dialoguem”.
Em meio a esse impasse, autoridades europeias estão se mobilizando para fortalecer os laços com Pequim. Conforme noticiado pelo periódico chinês South China Morning Post, líderes da UE pretendem visitar a China no final de julho para uma cúpula com Xi Jinping. Esta reunião, que foge ao protocolo usual de encontros na Europa, é vista como uma oportunidade para discutir questões comerciais. Entre os participantes estão a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa.
Simultaneamente, de acordo com o jornal Handelsblatt, Pequim e Bruxelas iniciaram diálogos para buscar o fim das tarifas da UE sobre veículos elétricos chineses.
(com informações da Reuters)