A guerra tarifária entre os Estados Unidos e a China continua a se intensificar, mas o presidente norte-americano, Donald Trump, adotou um tom mais conciliador em recentes declarações. Em uma fala no Salão Oval da Casa Branca, na noite de quarta-feira (9), Trump se referiu ao presidente chinês, Xi Jinping, como “amigo” e uma “pessoa inteligente que ama seu país”.
Trump expressou otimismo em relação à possibilidade de um acordo com a China, afirmando: “Eu gosto dele, eu o respeito. Acho que ele vai querer chegar a um acordo, e acho que isso acontecerá”, durante conversa com jornalistas.
Esse discurso vem em um momento de crescente tensão. A disputa comercial se acirrou após os EUA anunciarem um aumento significativo nas tarifas sobre produtos chineses, que agora atingem **125%**. Por sua vez, Pequim respondeu com tarifas elevadas, ampliando o impasse entre os dois países.
Escalada Rápida
A escalada tarifária começou quando Trump anunciou o que chamou de “tarifaço”, inicialmente prevendo um aumento de **34%** nas tarifas sobre produtos chineses. A rápida retaliação da China mudou o cenário, levando ambas as nações a seguidos aumentos, culminando no atual patamar de **125%**. Apesar do tom conciliador de Trump na quarta-feira, suas declarações anteriores foram carregadas de crítica. Em um jantar do Comitê Nacional Republicano, ele afirmou que “a China sempre passou a perna” nos EUA e que agora era “a vez” dos americanos.
China Endurece a Resposta
A reação de Pequim foi firme. O Ministério das Relações Exteriores chinês classificou as ações dos EUA como “bullying” e se posicionou contra “atos hegemônicos”. “Se os EUA realmente quiserem negociar, devem adotar uma postura de igualdade e respeito mútuo. Caso contrário, estamos prontos para levar a disputa até o fim”, declarou a chancelaria chinesa.
Repercussão nos Mercados
Apesar da retórica elevada, os mercados reagiram de maneira favorável a uma mensagem posterior de Trump, em que anunciou uma pausa de **90 dias** nas tarifas para todos os países, exceto para a China. Essa medida foi vista como um sinal de abertura ao diálogo. Trump também mencionou que representantes do Japão e da Coreia do Sul já iniciaram negociações para acordos comerciais, reafirmando que “todo mundo quer fazer um acordo. Queremos o que é certo para o nosso país, mas também para o mundo”.