A ministra do Planejamento, Simone Tebet, destacou que o aumento de tarifas imposto pelo presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, pode ser uma oportunidade para o Brasil reforçar seus acordos comerciais, especialmente com a Europa e a China.
Em uma entrevista à CNN, Tebet afirmou que não detecta risco imediato de recessão para o Brasil devido às ações do governo norte-americano. Para ela, a crise pode ser vista como uma “janela de oportunidades”. “O tarifaço não deve provocar uma recessão no Brasil. Pelo contrário, pode ser uma chance estratégica de reposicionamento comercial do país no cenário global”, enfatizou a ministra.
Brasil aposta em renegociação com EUA
Apesar do endurecimento das tarifas, o governo brasileiro espera reabrir negociações com Washington, especialmente nas indústrias de aço e alumínio, que são diretamente afetadas pelas novas medidas.
A intenção é enviar uma nova comitiva comercial aos Estados Unidos para discutir cotas de exportação e alternativas que diminuam os impactos sobre a indústria nacional. Segundo Tebet, Trump demonstrou interesse em dialogar ainda neste mês, particularmente com países que apresentam déficits em suas balanças comerciais com os EUA, como o Brasil.
O pacote tarifário lançado pelo presidente republicano elevou as tarifas de importação de 185 países, gerando reações em escala global. O Brasil e outras nações da América do Sul foram taxados em 10%, o menor percentual entre os afetados.
Entretanto, o anúncio resultou em instabilidade nos mercados financeiros. Em 7 de outubro, as bolsas de valores ao redor do mundo registraram quedas significativas, refletindo o receio de uma nova guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.