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Seguro é proteção financeira, não gasto, afirmam especialistas

No Brasil, o seguro ainda é muitas vezes considerado apenas um custo, um gasto que muitas pessoas hesitam em assumir. No entanto, especialistas do setor ressaltam que os seguros são ferramentas essenciais para proteção e estabilidade financeira e proporcionam segurança em situações de risco, transcenderam o papel de mera despesa.

Esse tema foi debatido no painel “Seguros: eficiência para o planejamento financeiro”, realizado durante o Congresso Planejar 2025 na terça-feira, dia 4, em São Paulo. O evento contou com a participação de Lucas Fortes, superintendente comercial de seguros do Itaú; Cristiano Saab, responsável pela área de seguros do PicPay; e Wilson Leão, diretor comercial da MetLife Brasil. A mediação ficou a cargo de Ednar Sacramento, conselheiro da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro.

A educação financeira é crucial para aumentar a compreensão do público sobre a importância dos seguros, especialmente entre investidores e nas classes sociais mais baixas. Cristiano Saab, do PicPay, destacou a relevância do assessor certificado, que pode auxiliar na educação financeira do cliente durante cada interação. Ele enfatizou que esses diálogos são fundamentais para quebrar a resistência em um país onde a educação financeira ainda é deficiente.

Lucas Fortes, do Itaú, também mencionou que a resistência cultural e preconceitos, especialmente nas classes C e D, podem ser amenizados por meio da oferta de soluções simplificadas, que sejam educativas e conectadas à realidade do público. Ao trazer exemplos práticos, como a proteção para entregadores de aplicativos que dependem de sua renda diária, é possível tornar o seguro mais tangível.

Os palestrantes ainda discutiram que, de acordo com dados recentes, o risco mais comum enfrentado pelas pessoas não é a morte súbita, mas sim doenças graves e incapacidades. Isso reforça a importância de produtos seguros que vão além da indenização por morte, abrangendo coberturas que protejam a renda e o patrimônio ao longo da vida. Wilson Leão, da MetLife Brasil, destacou que apenas 19% das pessoas enfrentam morte imediata; a maioria, 81%, adoece antes de passar dessa etapa.

Para oferecer seguros eficazes, é necessário considerar o momento de vida e o contexto do cliente. Fortes explicou que um cliente jovem, que está iniciando sua trajetória de acumulação de patrimônio, tem necessidades distintas em comparação com um cliente mais maduro, que já possui uma certa quantia acumulada. Para os clientes com dívidas elevadas, soluções simplificadas focadas na incapacidade temporária podem ser mais adequadas, enquanto acumuladores de patrimônio podem necessitar de produtos mais elaborados e personalizados.

Além disso, os especialistas ressaltaram que a tecnologia, incluindo inteligência artificial e plataformas digitais, está revolucionando o setor de seguros. Leão mencionou que a inteligência artificial pode analisar um laudo médico em apenas 20 minutos, um processo que anteriormente poderia levar até 10 dias, aumentando assim a eficiência e a precisão no setor. No entanto, mesmo com os avanços tecnológicos, o aconselhamento humano continua a ser fundamental. Saab destacou que a tecnologia deve ser um meio que simplifica processos, mas a interação pessoal e a assessoria especializada são insubstituíveis.

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