A Polícia Federal (PF) iniciou nesta terça-feira, 15 de outubro de 2023, a Operação Farra Brasil 14 no Rio de Janeiro, com o intuito de desarticular uma organização criminosa envolvida em fraudes pelo aplicativo Caixa Tem. Segundo informações da PF, os investigados pagavam propinas a funcionários da Caixa Econômica Federal e casas lotéricas para acessar valores que deveriam ser destinados a benefícios sociais do governo.
Durante a operação, foram apreendidos 20 telefones celulares, seis notebooks, dois veículos e diversos documentos. Esses itens passarão por perícia técnica para avançar nas investigações. Desde o lançamento do Caixa Tem, em abril de 2020, a Coordenação de Repressão a Fraudes Bancárias Eletrônicas da Diretoria de Combate a Crimes Cibernéticos da PF registrou aproximadamente 749 mil contestações, somando quase R$ 2 bilhões em fraudes detectadas pela Caixa Econômica Federal. As investigações foram realizadas com a colaboração da Centralizadora Nacional de Segurança e Prevenção a Fraude (Cefra), localizada em Brasília, e da Corregedoria Regional da Caixa, no Rio de Janeiro.
De acordo com a PF, a maioria das vítimas são beneficiárias de programas sociais, mas também foram observadas fraudes relacionadas ao FGTS e ao Seguro-Desemprego, ambos geridos pelo Caixa Tem. A operação contou com a participação de cerca de 80 policiais federais que cumpriram 23 mandados de busca e apreensão nos municípios de Niterói, Rio de Janeiro, São Gonçalo, Maricá, Itaboraí, Macaé e Rio das Ostras. Além dos mandados, a Justiça Federal decretou outras medidas cautelares para 16 investigados.
Os envolvidos enfrentarão acusações de organização criminosa, furto qualificado e corrupção ativa e passiva, além de inserção de dados falsos em sistemas de informação, com penas que podem chegar a 40 anos de prisão.
Em comunicado, a Caixa Econômica Federal afirmou que colabora ativamente com as autoridades nas investigações relacionadas a fraudes. A instituição ressaltou que as informações trocadas entre ela e os órgãos de segurança pública são consideradas sigilosas. A Caixa também mencionou o monitoramento contínuo de seus serviços e transações para detectar atividades suspeitas e garantiu que possui protocolos de segurança para proteger os dados e operações de seus clientes, apoiados por tecnologias avançadas e equipes especializadas.