FIC FIDCs: descubra a renda fixa com rentabilidade elevada

Uma nova alternativa de investimento tem ganhado destaque no Brasil: os FIC FIDCs, que são fundos que investem em Fundos de Direitos Creditórios (FIDCs). Esses FIDCs, por sua vez, são fundos que compram dívidas de empresas que possuem créditos a receber. Esses créditos podem ser na forma de duplicatas, cheques e contratos, entre outros.
De janeiro a setembro deste ano, os FIDCs registraram uma captação líquida de R$ 63 milhões, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. Para as empresas, essa modalidade representa uma forma de captação de recursos, especialmente importante em um cenário de juros altos, com a taxa Selic em 15%. Para os investidores, essa pode ser uma maneira de obter um retorno mais elevado dentro da renda fixa.
Os FIC FIDCs oferecem rentabilidade que pode superar a de outras opções tradicionais do tipo. Especialistas afirmam que esses fundos podem proporcionar retornos de CDI mais 2% a 3%. A ideia é que, ao longo do tempo, com o efeito dos juros compostos, esse investimento pode gerar um retorno significativo. Atualmente, os FIC FIDCs são considerados uma alternativa interessante, perdendo apenas para as debêntures incentivadas em termos de rentabilidade.
Para quem quer investir, a modalidade FIC FIDC é uma opção acessível. Antigamente, esses fundos eram voltados apenas para grandes investidores institucionais, como fundos de pensão e seguradoras. Agora, com a criação dos FIC FIDCs, investidores de varejo também podem participar, o que democratiza o acesso a esse tipo de investimento.
Para os investidores mais conservadores, recomenda-se alocar entre 10% e 20% da carteira em FIC FIDCs. Esse investimento deve ser feito por meio de uma gestora ou distribuidora registrada na Comissão de Valores Mobiliários. Essas instituições realizam análises detalhadas antes de estruturar esses fundos, já que a antecipação de milhares de recebíveis de uma só vez torna a avaliação mais complexa para investidores não especializados.
Um dos atrativos dos FIC FIDCs é a liquidez, que pode variar conforme as regras do fundo. Geralmente, há prazos de resgate de até 30 dias, mas algumas situações podem estender esse prazo para 60 ou até 180 dias. Também é importante observar os custos associados, que incluem taxas de administração e gestão.
Existem várias razões para considerar esse tipo de investimento:
1. Isenção da cobrança antecipada do Imposto de Renda (come-cotas), com tributação apenas no momento do resgate, caso o fundo atenda a certos critérios.
2. A presença significativa de investidores institucionais, que trazem maior credibilidade ao mercado de FIC FIDCs.
3. Prazos de resgate relativamente curtos, geralmente variando entre 30 e 90 dias, e sem taxas ocultas.
4. Aumento contínuo do retorno em relação ao CDI, favorecendo o efeito de juros compostos ao longo do tempo.
5. O retorno dos FIC FIDCs conservadores costuma ser superior ao de benchmarks com alta performance, como o IMAB, com menor oscilação.
6. Grande diversificação dos recebíveis, o que ajuda a minimizar o impacto da inadimplência no fundo.
7. Uso de ferramentas para controle de inadimplência, como seguro de crédito e garantias.
8. As taxas do fundo são frequentemente arcadas por executivos que controlam a subordinação do fundo, não impactando a rentabilidade dos investidores.
Entretanto, é fundamental que o investidor esteja atento ao risco de fraudes. Como não possuem visibilidade total das carteiras dos FIDCs, os investidores devem buscar informação antes de investir. É importante consultar materiais como a lâmina do fundo e os relatórios da gestora, além de verificar o registro na CVM e a reputação da gestora.
Os investidores também devem se informar sobre o índice de subordinação, que determina a capacidade do fundo de suportar perdas sem afetar os investidores. Um índice considerado ideal é de 30%, enquanto a inadimplência máxima deve estar abaixo de 6%. Além disso, muitas gestoras adotam mecanismos de proteção, como seguradoras de crédito e participação societária, para evitar fraudes.