Disparidade financeira entre gerações aumenta no Brasil

A população brasileira demonstra preocupação com o envelhecimento e a longevidade, mas enfrenta dificuldades em relação ao planejamento financeiro a longo prazo. Uma pesquisa realizada pela Edelman, em parceria com o Grupo Bradesco Seguros, mostra que, embora 83% dos brasileiros vejam o envelhecimento de forma natural e tranquila, cerca de 66% não possuem uma reserva financeira para a aposentadoria.

O estudo revela que a longevidade é uma prioridade para 84% dos participantes, que se mostram engajados com o tema. A pesquisa destaca que o hábito de poupança aumenta com a idade: 41% das pessoas acima de 50 anos possuem algum tipo de investimento, em contraste com apenas 31% entre aqueles de 18 a 29 anos.

Outra parte significativa da população se encontra em situações financeiras complicadas. Mais da metade dos jovens entre 18 e 29 anos admite gastar acima da sua renda mensal. Esse cenário é bem diferente para os mais velhos, onde apenas 34% relataram gastos que ultrapassam sua capacidade de ganho.

O levantamento foi realizado em setembro de 2025, com a participação de 4.400 pessoas de várias regiões do Brasil, e tem uma margem de erro de 1,5 ponto percentual. Além de aspectos relacionados ao envelhecimento e finanças, a pesquisa também abordou saúde física, saúde mental, bem-estar social e cuidados preventivos.

O estudo investigou a realidade financeira de brasileiros em dez estados, incluindo Amazonas, Bahia, Distrito Federal e São Paulo. Ele destaca que, apesar do interesse em planejamento financeiro, 45% dos entrevistados demonstram forte compromisso com suas metas financeiras, enquanto 32% se esforçam parcialmente. No entanto, um em cada quatro não apresenta comprometimento com seu planejamento financeiro, refletindo a falta de reservas a longo prazo.

As disparidades regionais são evidentes. No Rio de Janeiro, 49% da população afirma ter estabelecido metas financeiras, enquanto em Pernambuco, 93% estão cientes da importância da longevidade, mas apenas 30% têm uma reserva financeira voltada para a aposentadoria.

No Rio Grande do Sul, 71% dos entrevistados revelam ter dívidas e só 36% se sentem seguros sobre a quitação dessas obrigações no futuro. Essa situação reforça a ideia de que, apesar da conscientização sobre saúde e longevidade, o grande desafio é transformar esse conhecimento em hábitos práticos de planejamento e prevenção financeira desde a juventude.

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