As ações da Nvidia enfrentaram uma queda de até 7% nas negociações pré-mercado na quarta-feira (16) após o governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, implementar novas restrições na exportação de chips de inteligência artificial para a China. A decisão impactou o setor tecnológico como um todo, acarretando uma queda superior a 2% nos futuros do índice Nasdaq 100.
A nova medida requer que a Nvidia obtenha uma licença específica para vender seu chip H20, que foi desenvolvido de acordo com regulamentos anteriores do governo Biden, a clientes chineses. A empresa estima um impacto financeiro de aproximadamente US$ 5,5 bilhões no trimestre que se encerrará em 27 de abril, em virtude de estoques, compromissos de compra e reservas associadas ao modelo em questão.
O Departamento de Comércio dos EUA confirmou a implementação da regra, que também afeta chips da AMD, como o MI308. A Nvidia mencionou que as restrições foram informadas em 9 de abril e aplicar-se-ão por tempo indeterminado.
O clima de pressão sobre a Nvidia reverberou no setor tecnológico: as ações da AMD registraram uma queda próxima a 6% no pré-mercado, enquanto a ASML, fabricante holandesa, perdeu 6% após reportar pedidos abaixo do esperado. Na Ásia, ações de grandes compradores de chips de IA, como Alibaba, Baidu e Tencent, apresentaram desvalorizações entre 2% e 4% na bolsa de Hong Kong.
Analistas projetam que a Nvidia deve gerar cerca de US$ 17 bilhões em receita com o mercado chinês neste ano fiscal, dos quais aproximadamente US$ 12 bilhões são atribuídos ao chip H20. Contudo, com a nova exigência de licenciamento, o futuro desse produto, inclusive fora da China, tornou-se incerto.
Apesar das novas restrições, a Nvidia reafirmou sua intenção de investir até US$ 500 bilhões em infraestrutura de inteligência artificial nos Estados Unidos ao longo dos próximos quatro anos, em colaboração com empresas como TSMC e Foxconn.
Em resposta às tensões comerciais, na terça-feira, a Casa Branca declarou que “a bola está com Pequim” e exigiu da China um novo acordo comercial, destacando a intensificação dos conflitos entre as duas maiores economias do mundo.