A jornada do Ibovespa nesta terça-feira, 15 de outubro, foi marcada pela cautela dos investidores, refletindo uma agenda econômica escassa e a falta de clareza em relação à guerra comercial. O índice finalizou o dia em queda moderada, após oscilações entre leves altas e baixas, em um contexto de expectativa pela divulgação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) do Brasil e do Produto Interno Bruto (PIB) da China.
As ações dos setores de mineração e siderurgia apresentaram uma queda generalizada, apesar da alta do minério de ferro, sinalizando uma desconexão entre o desempenho do setor e os preços das commodities.
O Ibovespa encerrou o dia com uma baixa de 0,16%, atingindo 129.245,39 pontos. O índice teve uma variação de menos de mil pontos, registrando mínima de 128.951,12 pontos (-0,39%) e máxima de 129.927,08 pontos (+0,37%). O volume financeiro alcançou R$ 20,4 bilhões.
Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, observou que os pregões das segundas e sextas apresentaram um movimento ligeiramente positivo em relação à guerra tarifária, especialmente após declarações do presidente Donald Trump que indicavam a possibilidade de novas negociações. No entanto, há também receios com relação à escalada do conflito. “Essas forças provocam um equilíbrio no mercado, levando-o a operar próximo do zero”, afirmou Moreira.
A expectativa em torno do PLDO contribuiu para que o Ibovespa operasse em território negativo. Após o fechamento do mercado, a Vale deve divulgar seu relatório de produção e vendas. Às 23h, a China também anunciará seu PIB referente ao primeiro trimestre de 2025, um indicador que pode impactar os mercados, especialmente devido à dependência do Brasil em relação ao minério de ferro.
Pedro Caldeira, sócio da One Investimentos, destacou que um dado econômico fraco da China pode ter repercussões diretas sobre o Brasil e, consequentemente, refletir na queda do setor metálico, que incluiu desvalorizações de ações como a da Vale (VALE3; -1,01%) a CSN (CSNA3; -3,46%). Esta tendência de baixa ocorre mesmo em meio ao avanço de 0,99% e 0,63% do minério de ferro nas praças de Dalian e Cingapura, respectivamente.
Além disso, a Petrobras (PETR3; PETR4) enfrentou forte pressão, apresentando uma queda de cerca de 2%, acompanhando a redução nas cotações dos contratos futuros de petróleo, que recuaram 0,33% (WTI) e 0,32% (Brent). A Agência Internacional de Energia (AIE) revisou para baixo suas previsões de crescimento da demanda global de petróleo para 2025, reduzindo a expectativa em cerca de 300 mil barris por dia, uma mudança atribuída ao impacto das tarifas americanas na economia global.