A Eletrobras iniciou a recepção de pedidos de acionistas visando a implementação do voto múltiplo na eleição de seu novo conselho, programada para o dia 29 de abril. Para que essa modalidade seja aprovada, conforme as diretrizes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é necessário que acionistas detentores de mais de 5% dos votos façam a solicitação oficialmente à empresa. Até o momento, essa formalização ainda não ocorreu.
Na tarde de 10 de abril, dez acionistas, incluindo cinco fundos e cinco pessoas físicas, enviaram uma carta à Eletrobras requerendo o voto múltiplo. Os fundos envolvidos são: Geração L. Par, Tempo Capital, RPS, Clave e Solana. Os acionistas que assinam a carta incluem: Hagop Guerekmezian, Hagop Guerekmezian Filho, Karoline Guerekmezian, Kathleen Guerekmezian e Regina Guerekmezian.
Os acionistas solicitam que a carta seja divulgada através de um aviso aos acionistas e que o documento completo seja disponibilizado na seção de relações com investidores do site da Eletrobras. Contudo, fontes familiarizadas com o tema afirmam que a companhia adotará uma postura de espera até que o percentual de solicitantes do voto múltiplo atinja os 5% acionários, condição que tornaria a comunicação obrigatória, segundo as normas da CVM.
Embora o total de ações dos signatários não atinja 5%, os acionistas que assinaram a carta argumentam que a divulgação do pleito é essencial para estimular outros acionistas a também manifestarem interesse, contribuindo para alcançar o percentual necessário. Em suas redes sociais, o advogado e membro do conselho, Marcelo Gasparino, compartilhou o documento, buscando fomentar a equidade entre todos os candidatos indicados por acionistas.
Em uma resposta aos acionistas, a administração da Eletrobras afirmou, em carta divulgada no mesmo dia do pedido por voto múltiplo, que a adoção ou não desse formato não impactaria significativamente o resultado da eleição. No modelo de voto múltiplo, os votos de cada acionista são multiplicados pelo número de candidatos, permitindo uma alocação mais flexível dos votos, o que potencialmente favorece acionistas com menores participações no capital social da empresa.