No dia 10 de outubro de 2023, as bolsas europeias mostraram uma recuperação expressiva, impulsionadas pela decisão de suspender temporariamente tarifas recíprocas superiores a 10% para países que não retaliaram as medidas dos Estados Unidos. Esta ação teve um impacto positivo nas economias da União Europeia. No entanto, os principais índices de Frankfurt, Paris e Lisboa encerraram em suas mínimas do dia, em contraste com os ganhos observados na bolsa de Wall Street no dia anterior, refletindo uma correção nos mercados acionários dos EUA.
O FTSE 100, em Londres, registrou um aumento de 3,04%, fechando a 7.913,25 pontos. O índice CAC 40, de Paris, subiu 3,83%, atingindo 7.126,02 pontos, que representa a mínima do dia, enquanto o Ibex 35, de Madri, avançou 4,3%, alcançando 12.307,60 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 teve uma alta de 2,41%, fechando a 6.404,79 pontos. O FTSE MIB, em Milão, subiu 4,73%, encerrando a 34.277,09 pontos, e o índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, aumentou 4,53%, alcançando 20.562,73 pontos, também na mínima intradiária. Os números apresentados ainda são preliminares.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, comemorou a suspensão das tarifas para todos os países, exceto a China, descrevendo a medida como um “grande passo” para a estabilização econômica global. Por outro lado, François Villeroy de Galhau, presidente do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da França, alertou que a pausa nas tarifas ainda traz “más notícias” para a Europa.
Os investidores continuam monitorando as tensões comerciais em andamento. O presidente dos Estados Unidos indicou que não planeja novas elevações de tarifas e expressou otimismo quanto à possibilidade de um “bom acordo” com a China.
Apesar do alívio trazido às bolsas, os analistas permanecem cautelosos. O Citi alertou para as incertezas que ainda persistem, o que dificulta a previsão dos impactos nos lucros das montadoras europeias. As montadoras, como a BMW e a Mercedes, que exportam SUVs da América para o mercado chinês, estão entre as mais expostas. Além disso, a recente desvalorização do yuan pode pressionar ainda mais os lucros das fabricantes europeias no setor chinês.
No contexto corporativo, o grupo Prada anunciou a aquisição da grife Versace por 1,25 bilhão de euros.