O cometa interestelar 3I/Atlas voltou a surpreender a comunidade científica com uma mudança de cor. Recentemente, imagens capturadas por fotógrafos amadores mostraram que o cometa, que antes apresentava um tom avermelhado, agora brilha em um verde-esmeralda. A causa dessa alteração ainda não é clara, e os cientistas estão explorando diferentes possíveis explicações.
As imagens foram feitas no dia 7 de setembro durante um evento conhecido como “Lua de Sangue”, ocorrido na Namíbia. Os fotógrafos Michael Jäger e Gerald Rhemann registraram o cometa e se depararam com a notável mudança na cor da coma, a nuvem de gás e poeira que envolve o núcleo do corpo celestial.
Cometas podem apresentar uma coloração verde quando se aproximam do Sol, devido a moléculas de carbono diatômico que absorvem luz ultravioleta e emitem essa coloração. No entanto, o 3I/Atlas possui uma concentração menor de carbono diatômico em comparação com outros cometas, sugerindo que a explicação para a mudança de cor pode ser mais complexa.
Um dos especialistas que estudam o cometa, o professor de astrofísica da Universidade de Harvard, Avi Loeb, levantou a hipótese de que a mudança de cor está relacionada a um aumento na produção de cianeto. Segundo ele, registros de um telescópio poderoso, o Very Large Telescope, indicaram uma elevação significativa na produção de cianeto e níquel sem ferro conforme o cometa se aproxima do Sol.
Essas peculiaridades sobre o 3I/Atlas não são novas. Desde que foi descoberto em julho, o cometa gerou curiosidade e especulações, a ponto de Loeb considerar a possibilidade de que se tratasse de uma nave extraterrestre. No entanto, a NASA descartou essa teoria, informando que o corpo celeste é um cometa natural, de acordo com os dados coletados até agora.
O 3I/Atlas é apenas o terceiro cometa interestelar avistado na galáxia e é o maior conhecido até o momento, com um núcleo de aproximadamente 5,6 quilômetros e uma massa de 33 bilhões de toneladas. O cometa vai entrar em uma fase em que ficará oculto atrás do Sol, tornando-se invisível a partir do final de outubro. No entanto, espera-se que ele possa ser observado novamente em dezembro, quando novas informações e detalhes poderão ser explorados.
