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China prende 30 pastores e aumenta perseguição a igrejas

O regime comunista da China prendeu ao menos 30 pastores e líderes da Igreja Zion, uma das principais congregações cristãs evangélicas não registradas do país. A operação teve início na quinta-feira e abrangeu várias províncias, incluindo Pequim, Guangxi, Zhejiang e Shandong. Essa ação é considerada a mais severa repressão contra igrejas independentes desde 2018.

O pastor Ezra Jin Mingri, fundador da Zion Church, foi detido em sua casa na cidade de Beihai, no sul da China. Um comunicado oficial informou que ele é acusado de “uso ilegal de redes de informação”, um crime que pode levar a penas de até sete anos de prisão.

Sean Long, porta-voz da Zion e atualmente exilado nos Estados Unidos, destacou que essa é apenas uma parte de uma nova onda de perseguição religiosa neste ano. Ele mencionou que cerca de 150 fiéis foram interrogados e pelo menos 20 líderes da igreja ainda permanecem detidos.

Long também enfatizou que essa situação viola a liberdade religiosa garantida pela Constituição chinesa, pedindo a libertação imediata dos pastores. A preocupação com a saúde de Mingri é elevada, especialmente porque ele tem diabetes e precisa de medicação. A filha, Grace Jin Drexel, que reside em Washington e trabalha no Senado americano, expressou temor por sua condição, já que foram informados de que advogados não podem visitá-lo. A mãe do pastor, Chunli Liu, afirmou que o governo teme a influência do marido.

A detenção dos líderes religiosos gerou reações internacionais, incluindo uma condenação do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Ele exigiu a libertação imediata dos detidos e afirmou que essa repressão evidencia a hostilidade do Partido Comunista Chinês em relação a cristãos que não aceitam a interferência do governo em suas práticas religiosas.

A operação foi descrita como uma ação coordenada em nível nacional, com mandados de prisão emitidos antecipadamente e detenções realizadas simultaneamente em várias regiões. Policiais confiscaram equipamentos eletrônicos da igreja, como computadores e celulares, que são essenciais para a realização de cultos e encontros, especialmente após o fechamento de templos durante a pandemia.

A Zion Church foi fundada em 2007 por Ezra Jin Mingri e, desde então, cresceu rapidamente, contando atualmente com cerca de 5 mil fiéis em 40 cidades chinesas. Durante a pandemia, os cultos virtuais ajudaram a atrair novos seguidores. A igreja se recusa a se submeter ao Movimento Patriótico das Três Autonomias (TSPM), o órgão estatal que regula as igrejas evangélicas segundo as diretrizes do Partido Comunista, o que é visto como uma ameaça à autoridade do governo.

Atualmente, a China reconhece oficialmente cerca de 44 milhões de cristãos que frequentam igrejas estatais. Contudo, estima-se que outros 60 milhões pratiquem sua fé em congregações não registradas, conhecidas como “igrejas domésticas”. O governo tenta reduzir esse número por meio de prisões, censura e intimidações.

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