O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, afirmou que a Ucrânia pode ser obrigada a ceder temporariamente parte de seu território como parte de um eventual acordo de paz com a Rússia. A declaração foi feita em uma entrevista à BBC nesta sexta-feira, 25.
“Um dos cenários é ceder território. Não é justo. Mas para uma paz temporária, talvez possa ser uma solução”, destacou Klitschko. O prefeito ressaltou que o presidente Volodimir Zelensky poderá precisar aceitar essa “solução dolorosa” para chegar à paz, embora enfatize que o povo ucraniano “jamais aceitaria a ocupação” russa.
Recentemente, a cidade de Kiev foi alvo de um ataque aéreo, com a Rússia utilizando mísseis e drones. O ataque, considerado o mais mortal do ano, resultou na morte de pelo menos 12 pessoas na noite de quinta-feira, 24.
Contexto do Conflito Russo-Ucraniano
O conflito entre Rússia e Ucrânia teve início em fevereiro de 2022, quando a Rússia lançou uma invasão em larga escala. O cenário de violência e a morte de civis têm sido constantes desde então. Em um ataque recente, dois mísseis balísticos russos atingiram a cidade de Sumy, no norte da Ucrânia, resultando na morte de 34 pessoas e deixando 117 feridos, marcando este como o ataque mais letal do ano.
O presidente Zelensky condenou veementemente as ofensivas russas e pediu por mais ações da comunidade internacional contra Moscou. Ele também expressou interesse em que o presidente dos *Estados Unidos*, Donald Trump, visitasse a Ucrânia, levantando dúvidas sobre o suporte contínuo dos EUA a longo prazo, embora reconheça seu papel como parceiro estratégico.
Os dois líderes se encontraram em uma reunião tensa no Salão Oval, onde trocaram farpas diante da imprensa. Zelensky propôs que os EUA participassem de um esforço internacional para proteger o espaço aéreo ucraniano.
A Rússia, por sua vez, alega não ter como alvo civis, no entanto, milhares de inocentes morreram ou ficaram feridos desde o início da invasão. Atualmente, as forças russas controlam cerca de 20% do território ucraniano nas regiões leste e sul.
A Ucrânia tem colaborado com parceiros internacionais, compartilhando informações sobre supostos crimes de guerra, enquanto a investigação do Tribunal Penal Internacional sobre esses casos avança. Sob a administração Trump, os EUA tentaram intermediar conversas entre russos e ucranianos na busca por um cessar-fogo. Apesar de acordos terem sido propostos, as hostilidades entre os países ainda persistem, evidenciando a fragilidade dos esforços de paz.