Frente à crescente ameaça de conflitos iminentes, diversos países europeus têm intensificado seus esforços para preparar a população, oferecendo guias de sobrevivência e orientações sobre estocagem de suprimentos essenciais. Nos últimos meses, nações como Alemanha e Suécia têm promovido mudanças culturais significativas, enfatizando a necessidade de uma mentalidade de guerra entre seus cidadãos, conforme declarado pelo Secretário-Geral da OTAN, Mark Rutte, a especialistas em segurança em Bruxelas: “É hora de mudar para uma mentalidade de guerra.”
Líderes europeus expressam preocupação com o avanço russo na Ucrânia e suas possíveis consequências para o continente, especialmente diante da postura dos Estados Unidos, que tem adotado uma posição mais ambígua sobre intervenções militares na defesa da Europa. No entanto, ainda pairam dúvidas sobre a eficácia real das medidas de preparação e se os civis levarão essas orientações a sério.
Aumento da Preparação em Tempos de Crise
A Comissão Europeia lançou diretrizes alertando os cidadãos a estocar alimentos e suprimentos que garantam pelo menos 72 horas de sobrevivência em situações de emergência. Em um comunicado de março, a comissão destacou a importância de adotar uma cultura de “preparação” e “resiliência” em toda a Europa.
Em junho de 2022, a Alemanha atualizou sua política de Defesa Global, fornecendo orientações específicas sobre como reagir em casos de conflito. O novo documento exemplifica modos de adaptação à vida cotidiana em circunstâncias de guerra. A Suécia, por sua vez, distribuiu um guia de sobrevivência intitulado “Se Vier Crise ou Guerra”, instruindo a população sobre como se proteger e onde buscar abrigo durante uma eventualidade, como ataques aéreos.
- A orientação sueca inclui instruções como:
- “Entre em um local fechado e feche todas as janelas e portas.”
- Utilizar sistemas de alerta público para informações atualizadas.
Na Finlândia, o governo, ciente de sua longa fronteira com a Rússia, tem se preparado para conflitos há décadas. Desde os anos 50, a construção de abrigos antibomba é obrigatória em edifícios, e o país possui aproximadamente 50.500 abrigos, com capacidade para até 4,8 milhões de pessoas.
A Reação da População
Mesmo com diretrizes mais robustas, a adesão da população às orientações é incerta. A vice-presidente do German Marshall Fund, Claudia Major, enfatiza a importância dessa preparação para enfrentar não apenas uma ameaça militar direta, mas também situações de “zona cinza”, onde a agressão pode ser menos evidente. Major alerta para o desafio de aumentar a conscientização sem incitar alarmismo, buscando que a população se mantenha informada sem ser tomada pelo medo.
Pais com experiências históricas mais marcantes com a Rússia, como Finlândia e os Estados Bálticos, percebem a ameaça de maneira mais imediata. Major observa que o medo da invasão e a luta pela sobrevivência moldam a mentalidade nacional desses países.
Planos de Proteção Civil: Um Olhar Crítico
Surgem questionamentos sobre a real eficácia dos planos de proteção civil. Durante a Guerra Fria, campanhas como “Protect and Survive” no Reino Unido foram alvo de críticas por oferecer diretrizes consideradas irrealistas. Recentemente, especialistas têm apontado que as propostas contemporâneas estão mais alinhadas à realidade, levando em conta aspectos psicológicos na preparação da população.
The recognition of modern European guidelines for emergency preparedness reflects a shift towards realism, addressing psychological elements involved in trauma and resilience. Major concludes that for a society to withstand external threats, como a ucraniana atualmente, é crucial que a população esteja disposta a apoiar as medidas necessárias. Sem essa disposição, a eficácia das políticas de segurança pode ser severamente comprometida.