Na última sexta-feira, 12 de outubro, o enviado especial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Steve Witkoff, se reuniu com o presidente russo, Vladimir Putin, em São Petersburgo. O encontro teve como foco as tentativas de estabelecer um acordo de paz para a Ucrânia, enquanto Trump pressionou a Rússia a agir rapidamente.
Acompanhado por Kirill Dmitriev, enviado de investimentos de Putin, Witkoff foi saudado por Putin na biblioteca presidencial, e as conversas se estenderam por mais de quatro horas, segundo relatos da TV estatal russa e agências de notícias locais. O Kremlin afirmou, em nota, que o tema da reunião foi justamente “aspectos de uma solução para a Ucrânia”.
Witkoff tem se tornado uma figura central nas interações entre Moscou e Washington, especialmente em meio a discussões sobre possíveis investimentos conjuntos na Ártico e em minerais russos raros. Apesar dos esforços, as conversas estão estagnadas, com desacordos sobre as condições necessárias para um cessar-fogo, que buscaria preceder um acordo de paz para a guerra na Ucrânia.
Trump expressou frustração durante uma postagem em sua rede social, o Truth Social, afirmando que “a Rússia tem que se mexer”. O ex-presidente destacou o alto custo humano da guerra, mencionando que “muitas pessoas estão morrendo, milhares por semana, em uma guerra terrível e sem sentido – uma guerra que nunca deveria ter acontecido”.
Embora Putin tenha manifestado disposição para um cessar-fogo total, ele alertou que detalhes cruciais sobre a implementação ainda continuam indefinidos. O líder russo também mencionou a demarcação de limites para o exército ucraniano e a exigência de que a Ucrânia não se torne membro da OTAN. A Ucrânia, por sua vez, rejeita essas condições, considerando-as uma forma de capitulação.
Possibilidade de um encontro entre Trump e Putin
A discussão sobre um potencial encontro pessoal entre Putin e Trump foi mencionada por Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, durante as negociações. Embora Trump e Putin já tenham se falado por telefone, esta pode ser a primeira oportunidade de um encontro presencial desde que Trump assumiu seu segundo mandato em janeiro.
Peskov, contudo, minimizou as expectativas, classificando a visita de Witkoff como não prioritária e sem prospectos de avanço significativo nas negociações. No entanto, a reunião coincide com um contexto de tensões entre os EUA, Irã e China, aliados próximos de Moscou em questões estratégicas.
Witkoff deve prosseguir para Omã para conversas com autoridades iranianas sobre seu programa nuclear, enquanto Trump advertiu sobre possíveis ações militares contra o Irã se um acordo não for alcançado. O Kremlin propõe atuações diplomáticas para facilitar um entendimento entre as nações.
Após uma reunião anterior entre Witkoff e Putin em fevereiro, o enviado americano retornou com Marc Fogel, um professor americano considerado detido indevidamente pela Rússia. Recentemente, ocorreu um caso de troca de prisioneiros envolvendo Ksenia Karelina, uma cidadã americana sentenciada na Rússia, que foi liberada em troca de Arthur Petrov, acusado de contrabando em negócios que afetavam a segurança nacional russa.