O governo russo declarou neste domingo, 13 de outubro, que as negociações com a equipe do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estão avançando favoravelmente, embora ainda seja prematuro esperar resultados concretos. A melhoria nas conversas ocorre em um contexto de tensões históricas, agravadas durante o governo do ex-presidente Joe Biden.
Trump, que busca ser lembrado como um pacificador, reiterou seu desejo de encerrar o que ele chamou de “banho de sangue” na guerra da Ucrânia. O conflito, agora caracterizado pelo governo americano como uma batalha indireta entre os EUA e a Rússia, se estende por três anos.
Após uma conversa entre o enviado especial Steve Witkoff e o presidente russo Vladimir Putin, Trump comentou no sábado que as negociações para a paz parecem promissoras, mas alertou que “chega um ponto em que você simplesmente tem que se conter ou ficar quieto”. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, afirmou em entrevista que as relações entre Moscou e Washington estão sendo abordadas com cautela, reconhecendo os efeitos negativos das tensões passadas.
Peskov indicou que a diplomacia está ocorrendo em múltiplos níveis, envolvendo o Ministério das Relações Exteriores, agências de inteligência e o enviado de investimentos de Putin, Kirill Dmitriev. O porta-voz destacou que “é impossível esperar resultados instantâneos”, em referência ao legado de Biden nas relações bilaterais.
A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 marcou um dos piores conflitos com o Ocidente desde a Crise dos Mísseis de 1962, quando as superpotências se aproximaram do confronto nuclear. Durante as discussões em São Petersburgo, Trump incentivou a Rússia a “se mexer”.
Além disso, a mídia estatal russa reportou que a reunião entre Witkoff e Putin se prolongou por mais de quatro horas, revelando o esforço para alcançar um entendimento pacífico. Em resposta a questionamentos sobre uma possível reunião entre Trump e Putin, Peskov enfatizou a necessidade de paciência, afirmando que “restaurar as relações exige um trabalho sério e meticuloso”.
Líderes europeus e a Ucrânia consideram a invasão de 2022 uma apropriação imperialista por parte de Putin, clamando pela vitória da Rússia no campo de batalha. A Rússia, por sua vez, apresenta a guerra como uma luta contra um Ocidente em declínio, que, segundo Putin, humilhou o país após a queda do Muro de Berlim em 1989 ao expandir a OTAN em sua esfera de influência, que inclui a Ucrânia.