A instabilidade nas declarações de Donald Trump sobre as negociações comerciais com a China tem gerado frustração significativa em Wall Street. Os investidores e operadores veteranos enfrentam dificuldades para se adaptar às constantes mudanças de posicionamento do presidente dos Estados Unidos.
Uma análise da Bloomberg indicou que o mercado está “exausto” com a oscilação nas mensagens de Trump. O estrategista-chefe global da Freedom Capital Markets, Jay Woods, resumiu a situação: “Todo dia é só incerteza. Esperamos que algo aconteça e, então, vem outra coisa.”
As declarações contraditórias de Trump têm desencadeado uma volatilidade nos mercados. Por exemplo, em um dia ele ameaça impor tarifas de 145% sobre produtos chineses; no dia seguinte, sugere uma possível redução. Essa imprevisibilidade provoca oscilações comparáveis às observadas durante a crise imobiliária de 2008 e a pandemia de Covid-19 em 2020.
Negociações com a China em xeque
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, declarou que não haverá um recuo unilateral dos Estados Unidos em relação às tarifas sobre produtos chineses. Essa afirmação contrasta com informações anteriores do Wall Street Journal, que sugeriam uma possível redução nas tarifas.
No cenário atual, a China se mantém em silêncio. Uma pesquisa da Bloomberg revela que a população chinesa apoia firmemente a retaliação do governo contra as altas tarifas americanas, diferentemente do suporte observado durante a guerra comercial de 2018.
Resultados em foco
Em meio às incertezas comerciais, Wall Street concentra suas atenções na temporada de resultados trimestrais. Empresas como Alphabet, Intel e IBM já divulgaram seus balanços, com reações mistas do mercado.
No Brasil, a atenção se volta para os números da Usiminas e da Vale. A agenda econômica dos Estados Unidos também inclui dados sobre pedidos de auxílio-desemprego e encomendas de bens duráveis para março.