O yuan chinês registrou sua cotação mais baixa em quase 18 anos, um indicador que, segundo analistas, sugere que o Banco Popular da China está amenizando ainda mais o controle sobre a moeda para mitigar os efeitos da guerra comercial nas exportações. Na quinta-feira, 10 de outubro de 2023, o renminbi onshore atingiu 7,351 yuans por dólar americano, a maior desvalorização desde o final de 2007, embora tenha recuperado parte das perdas, fechando em 7,342.
O banco central, responsável pela gestão do yuan, divulgou uma taxa de referência diária de 7,209 yuans por dólar. A desvalorização da moeda pode beneficiar os exportadores chineses, tornando seus produtos mais competitivos em um cenário de aumento das tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos.
No contexto atual, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, alertou que a desvalorização do yuan poderá resultar em um impacto global negativo, classificando-a como um “imposto sobre o resto do mundo”. Durante uma entrevista na Fox Business Network, ele enfatizou que, caso a China opte por essa estratégia, outros países se verão obrigados a aumentar suas tarifas em resposta.
“Eu os encorajo a não fazerem isso e a se sentarem à mesa”
Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA
Além disso, o renminbi offshore sofreu uma queda histórica na quarta-feira, 9 de outubro, alcançando 7,429 yuans por dólar, a menor cotação desde a criação do mercado offshore em 2010, segundo informações da Reuters. Desde aquela data, a moeda também conseguiu recuperar parte de sua valorização.