No dia 11 de agosto, Lisa, integrante do Blackpink, fez sua estreia solo no Coachella, palco icônico da música que ocorre na Califórnia. Mesmo sob um sol intenso, a artista apareceu envolta em um acolchoado casaco preto, que logo foi retirado para revelar um impressionante collant reptiliano coberto de escamas.
O designer responsável pela peça, Asher Levine, descreveu o traje como “a vilã reptiliana” durante uma videochamada do seu estúdio em Los Angeles. Com uma trajetória marcada por criações para artistas renomados como Lady Gaga e Doja Cat, Levine recebeu o desafio de confeccionar os figurinos de Lisa apenas algumas semanas antes da apresentação. “Trabalhamos dia e noite por cerca de uma semana e meia”, afirmou à CNN na véspera do evento.
Para criar o traje reptiliano de forma personalizada, Levine digitalizou o corpo da artista, capturando suas medidas exatas. Esse processo foi integrado a um sistema digital de alfaiataria que permitiu ajustes no avatar virtual de Lisa antes da produção final.
Após a digitalização, ele utilizou inteligência artificial para desenvolver um padrão geométrico único de escamas, que foi posteriormente transformado em esculturas artesanais, imitando a textura de lagartos. Levine, que se considera um “disruptor da indústria do couro”, tem como objetivo criar versões sem crueldade de texturas exóticas, como couro e peles.
“Não precisamos mais matar animais. Podemos evoluir além disso”, destacou Levine. A confecção do traje exigiu atenção a detalhes minuciosos, levando até 60 horas para finalizar cada escama e chifre. Para o segundo look, um macacão etéreo com tentáculos em 3D nas cores azul e rosa, o designer buscou inspiração na bioluminescência de insetos e fungos.
“A natureza tem sido uma fonte de inspiração há milênios. Estou agora pensando em como reinventar isso em uma versão exótica 2.0”, explicou Levine. Sua abordagem visa fundir criaturas pré-históricas com tecnologia futurista, conceito que já aplicou em outros projetos, como uma bolsa inspirada em um antigo peixe.
Cada um dos tentáculos iluminados do traje de Lisa incorporava fibras óticas, proporcionando um brilho extraterrestre. Levine lembrou que começou a experimentar com iluminação embutida há mais de uma década, quando se uniu ao artista Will.i.am para criar trajes luminiscentes.
Um dos principais desafios, segundo Levine, é desenvolver vestimentas avançadas que ainda garantam mobilidade para performances energéticas. “Construir essas peças é como um projeto para atletas”, apontou. Embora o traje colado ao corpo possa ter apelo específico, ele tem atraído clientes interessados em ultrapassar as fronteiras do estilo e performance.
Levine enfatiza sua dedicação a trabalhar com artistas que compartilham uma visão avant-garde: “Este é meu público. Eles buscam inovação e a quebra de normas”.
Coachella: A História de Encontros Inusitados
Vale recordar que Pabllo Vittar foi a primeira drag queen a se apresentar no Coachella, marcando um passo significativo na inclusão e diversidade do festival.