Em uma entrevista à CNN Brasil, o psiquiatra Daniel Barros discutiu estratégias para o combate ao bullying nas escolas, ressaltando a importância da conscientização e da mudança cultural. O especialista enfatizou que o diálogo sobre o tema deve começar em casa, mesmo antes da ocorrência de situações de bullying. “É fundamental que a gente converse com as crianças sobre o que é bullying”, destacou Barros. Ele explicou que nem todas as brincadeiras podem ser classificadas como bullying, que se caracteriza por ataques sistemáticos e recorrentes que resultam em sofrimento para a vítima.
Identificação do Bullying
Barros orientou os pais a ficarem alerta a sinais como ansiedade, resistência em ir à escola e queda no desempenho escolar. Ele sugeriu uma abordagem sensível, como perguntar: “Filho, filha, percebi que você não está muito bem. O que está acontecendo?”.
O especialista também mencionou a evolução da percepção social sobre o bullying, observando que cada vez menos pessoas desvalorizam o problema, afirmando que “a sociedade se conscientizou mais sobre o problema” nos últimos anos.
Desafios do Cyberbullying
Barros destacou o cyberbullying como um dos maiores desafios atuais, exacerbado pelo fácil acesso à internet. Ele alertou para a falsa sensação de segurança proporcionada pelo ambiente digital, enfatizando: “Na internet, não se vê a consequência imediata das palavras, o que pode agravar o sofrimento da vítima”.
Para mitigar esse problema, Barros recomendou que os pais supervisionem o uso de dispositivos eletrônicos e limitem o uso de celulares na presença dos filhos. “A única forma de ensinar é pelo exemplo. Se estamos juntos, vamos deixar o celular de lado”, sugeriu o psiquiatra.
Ele concluiu ressaltando que uma mudança cultural é essencial no combate ao bullying, envolvendo a colaboração de pais, professores, diretores e alunos na construção de um ambiente escolar onde o sofrimento alheio não seja tolerado.