Em um contexto de crescente tensão nas relações comerciais com a China e instabilidade nos mercados financeiros, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu sua política tarifária durante uma reunião com seu gabinete na Casa Branca, na quinta-feira, 10 de outubro. Trump afirmou que, apesar do que chamou de “custo de transição”, o país está em “muito boa forma”.
“Estamos muito felizes com a forma como o país está sendo conduzido. Haverá um custo de transição, mas no fim será algo belo”, disse Trump, reconhecendo os efeitos de curto prazo das tarifas sobre produtos chineses.
O presidente reafirmou que os EUA estariam arrecadando “bilhões de dólares por dia” devido às tarifas, uma afirmação que tem sido frequentemente contestada por economistas, que ressaltam que o ônus financeiro recai sobre os importadores americanos, e não sobre os países exportadores.
“O que estamos fazendo é apenas reorganizar a mesa”, declarou Trump, enfatizando que está trabalhando para um acordo que beneficie ambas as nações. Ele ainda comentou que, se estivesse no lugar dos chineses, agiria da mesma forma.
Sobre a postura da União Europeia, que anunciou uma pausa em sanções que seriam implementadas na próxima semana, Trump afirmou que “eles foram firmes, mas inteligentes” ao decidirem suspender as medidas após observar as ações de sua administração em relação à China.
Turbulência nos Mercados Financeiros
Essas declarações ocorrem em um momento crítico, com os principais índices de ações nos EUA apresentando queda significativa na quinta-feira, revertendo parte dos ganhos de alta do dia anterior. Essa volatilidade é impulsionada pela incerteza em torno da guerra comercial e pelas medidas protecionistas do governo Trump.
O presidente reafirmou que seu foco é assegurar que os EUA sejam tratados com “justiça” nas negociações internacionais, mantendo um tom desafiador apesar da pressão de líderes empresariais e das repercussões nos mercados.
Recentemente, a Casa Branca confirmou que as tarifas sobre produtos chineses chegaram a 145%, considerando as taxas de 20% já vigentes antes da implementação das chamadas “tarifas recíprocas”. Essa informação contribuiu para uma nova onda de queda nos mercados, com o índice Dow Jones registrando uma queda de 3,85%, o S&P 500 uma perda de 4,59% e o Nasdaq ceder 5,38%. No Brasil, o Ibovespa também apresentou queda, influenciado pelo desempenho de Nova York e pela oscilação nos preços do petróleo.
Questionado sobre como lida com a nova retração nos mercados, Trump comentou: “Não vi nada. Estou aqui há duas horas e meia.”