WASHINGTON (Reuters) – Em março, os preços ao consumidor nos Estados Unidos apresentaram uma queda inesperada de 0,1%, revertendo um aumento de 0,2% registrado em fevereiro. O Departamento do Trabalho divulgou os dados nesta quinta-feira, indicando que a diminuição nos preços pode estar relacionada à redução nos custos de energia e ao esgotamento dos efeitos de aumentos de preços anteriores.
No acumulado de 12 meses até março, o índice de preços avançou 2,4%, uma leve diminuição em relação ao crescimento de 2,8% observado em fevereiro. Economistas indicavam a expectativa de um aumento de 0,1% em março e uma elevação anual de 2,6%.
Ao considerar apenas o núcleo da inflação, que exclui alimentos e energia, os preços ao consumidor aumentaram 0,1% em março, comparado a 0,2% em fevereiro. Essa medida de referência para a inflação subiu 2,8% em relação ao ano anterior, ligeiramente abaixo da taxa de 3,1% de fevereiro.
Os dados de março refletem apenas uma parte inicial do impacto das novas tarifas de importação implementadas pelo presidente Donald Trump, que incluem uma taxa de 20% sobre produtos chineses, além de tarifas sobre aço e alumínio. Na última quarta-feira, Trump anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas direcionadas a parceiros comerciais, apenas um dia após a aplicação de novas taxas que tumultuaram os mercados financeiros.
Além disso, as tarifas sobre mercadorias chinesas foram elevadas de 104% para 125% em resposta a uma tarifa de 84% imposta por Pequim sobre produtos norte-americanos. Uma tarifa geral de 10% permanece em vigor sobre a maioria das importações dos EUA. Trump defende essas tarifas como uma estratégia para aumentar a receita e revitalizar a base industrial do país, mas essas medidas também aumentam as probabilidades de uma recessão nos próximos 12 meses.