O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma pausa de 90 dias nas novas tarifas, resultando em uma revisão das previsões do Goldman Sachs sobre a economia americana. Após essa declaração, o banco decidiu reverter sua expectativa anterior de recessão, que havia sido elevada para 65% na semana anterior, passando novamente para 45%.
A equipe liderada por Jan Hatzius no Goldman Sachs explicou que a suspensão temporária se aplica especificamente à tarifa “recíproca” adicional, mantendo as tarifas anteriores, além da tarifa mínima de 10%. Apesar disso, os economistas continuam prevendo a implementação de tarifas adicionais por setor, que, juntos, podem resultar em um aumento de 15 pontos percentuais na alíquota efetiva total.
Com base nesse cenário, o Goldman agora projeta um crescimento do PIB de 0,5% no quarto trimestre de 2025 e reitera a expectativa de uma probabilidade de recessão de 45%. Os analistas do banco também antecipam três cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve, de 25 pontos-base em junho, julho e setembro.
Contexto do Anúncio
A mudança de Trump, anunciada na tarde de quarta-feira, tem como alvo as tarifas sobre as importações da China. O presidente informou que as tarifas sobre as importações chinesas subirão para 125%, comparadas aos 104% que entraram em vigor anteriormente. Essa decisão acirra o embate comercial entre as duas maiores economias do mundo.
A realização do anúncio ocorreu menos de 24 horas após a implementação de novas tarifas pesadas sobre produtos de diversos parceiros comerciais. Essas tarifas geraram reações no mercado, aumentando os temores de uma recessão iminente e provocando retaliações por parte da China e da União Europeia.
A Casa Branca informou que uma tarifa geral de 10% sobre quase todas as importações dos EUA permanecerá em vigor, sem alterações nas tarifas existentes sobre automóveis, aço e alumínio. A notícia fez com que os índices acionários dos EUA, como o S&P 500, avançassem mais de 6%, enquanto os rendimentos dos títulos diminuíram, e o dólar se valorizou frente a moedas consideradas como seguras.
As informações foram complementadas por agência de notícias Reuters.