DETROIT (Reuters) – Uma análise recente do Center for Automotive Research aponta que as tarifas automotivas de 25% impostas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em abril de 2023, podem resultar em um aumento de custos de aproximadamente US$ 108 bilhões para as montadoras americanas até 2025.
O estudo, divulgado na última quinta-feira pela organização com sede em Ann Arbor, Michigan, revela que as montadoras de Detroit – Ford Motor, General Motors e Stellantis, fabricante de Jeep e caminhões Ram – enfrentarão um ônus adicional de US$ 42 bilhões.
Os dados indicam que cada uma dessas três montadoras poderá arcar com tarifas de cerca de US$ 5.000 por veículo em peças importadas, enquanto o custo médio para veículos importados pode alcançar aproximadamente US$ 8.600 por unidade.
As tarifas, que entraram em vigor em 3 de abril de 2023, geraram grande impacto no setor, afetando a cadeia de suprimentos global. Veículos fabricados no México e no Canadá estão sujeitos a essas taxas, embora fabricantes que cumprem as exigências do Acordo EUA-México-Canadá possam deduzir o valor do conteúdo produzido nos Estados Unidos.
Como resultado dessas mudanças, as montadoras começaram a alterar suas operações: a General Motors aumentou a produção de caminhões em uma de suas fábricas em Indiana, enquanto a Stellantis suspendeu temporariamente a produção em duas unidades, uma no México e outra no Canadá. Essas decisões impactaram cinco instalações nos EUA conectadas a essas operações.
O estudo também ressalta que o custo médio das tarifas por veículo para peças importadas é de US$ 4.911 para as montadoras de Detroit, superando a média do setor, que é de US$ 4.239. No caso de veículos importados, o custo médio das tarifas é de US$ 8.722 para todo o setor, enquanto as montadoras de Detroit enfrentam uma média de US$ 8.641.
O presidente do American Automotive Policy Council, Matt Blunt, comentou que o estudo evidencia o impacto significativo que a tarifa de 25% terá sobre a indústria automotiva. Ele destacou que Ford, GM e Stellantis continuarão o diálogo com o governo para promover a produção automotiva nos Estados Unidos.
Ainda não houveram comentários de GM e Stellantis sobre o estudo, e a Ford não estava disponível para se pronunciar imediatamente.