A Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos anunciou, na noite de sexta-feira, 11, uma nova lista de produtos isentos da mais recente rodada de tarifas sobre importações. Entre os beneficiados estão empresas como Apple, Nvidia e Dell, que produzem smartphones, computadores pessoais e servidores, muitos dos quais são montados na China.
A nova rodada de tarifas, que previa uma alíquota de 125% para produtos chineses e 10% para itens de outros países, foi alterada. A taxa aplicada à China havia sido elevada para 145% devido a uma taxa adicional de 20% a partir de março. Com as novas isenções, os importadores desses eletrônicos enfrentarão uma alíquota reduzida de 20% para produtos chineses, resultando em uma queda significativa na taxa média de imposto sobre esses itens, passando de 45% para apenas 5%.
Essas isenções abrangem US$ 385 bilhões em importações previstas para 2024, representando 12% do total. Desses, US$ 100 bilhões são provenientes da China, o que equivale a 23% das importações dos EUA deste país no próximo ano. A maior isenção global se refere aos PCs e servidores, que têm um volume total de importação estimado em US$ 140 bilhões, com 26% disso advindo da China.
Essa mudança, embora favorável, pode ser temporária. Ela beneficia empresas líderes em inteligência artificial, como a Nvidia, assim como fabricantes de servidores, incluindo Dell, Hewlett Packard Enterprise e Super Micro. Em um cálculo realizado pela Barrons, observou-se que a taxa média de imposto nesse segmento foi reduzida de 45% para 5%.
No que diz respeito aos smartphones, que constituem a maior categoria recém-isentada, as importações nos EUA em 2024 estão projetadas em US$ 41 bilhões, representando 81% do total de smartphones. Sob a antiga tarifa de 145%, isso equivaleria a aproximadamente US$ 60 bilhões, enquanto a nova taxa de 20% ainda implica em um custo adicional de US$ 8 bilhões.
A Apple, conhecida por montar seus dispositivos principalmente na China, além da Índia e do Vietnã, é uma das principais beneficiárias dessas isenções. No entanto, a fabricante do iPhone ainda estará sujeita a uma tarifa de 20% sobre suas importações da China, com a taxa média de imposto sobre smartphones caindo de 119% para 16% com o novo sistema.
As isenções tarifárias também evidenciam as decisões da Casa Branca em relação a setores específicos durante esta nova dinâmica comercial. Em contraste com as isenções para eletrônicos, a indústria de vestuário, calçados e acessórios continuará enfrentando tarifas severas, de 145% sobre produtos chineses e 20% sobre itens importados de outros países, resultando em uma taxa média de imposto de 44%.