Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, manifestou sérias preocupações sobre os efeitos da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Em entrevista ao Financial Times, Dimon afirmou que as tarifas impostas pela administração de Donald Trump podem prejudicar a credibilidade econômica dos EUA.
O executivo enfatizou a necessidade de um engajamento imediato entre Washington e Pequim para evitar instabilidades no mercado global. Ele destacou que, embora os Estados Unidos ainda sejam vistos como um "porto seguro" devido à sua prosperidade, força militar e estabilidade jurídica, a reestruturação do comércio mundial pode ameaçar essa posição.
“A incerteza gerada por essas tarifas e guerras comerciais desafia a confiança no país. Precisamos resolver isso para que o mundo continue confiando na América”, enfatizou Dimon.
Essas declarações surgiram após o anúncio, em 2 de abril, de Trump sobre tarifas “recíprocas”, o que desencadeou volatilidade nos mercados financeiros. A reação cautelosa dos investidores resultou em uma retirada de recursos de títulos do governo dos EUA, levando a um aumento significativo nos rendimentos de 10 anos. Dimon descreveu os movimentos do mercado como “desordenados”, mas destacou que a maioria dos mercados permaneceu estável.
Adicionalmente, Dimon sugeriu uma abordagem mais colaborativa na política comercial dos EUA, recomendando negociações com aliados, incluindo a Europa, Reino Unido, Japão, Coreia do Sul e Austrália, para fortalecer laços econômicos. Ele ressaltou que a clareza nos objetivos e a cooperação internacional são cruciais para evitar consequências econômicas adversas a longo prazo.
Além de criticar a política comercial de Trump, Dimon também discutiu questões relacionadas à liderança corporativa e a sucessão no JPMorgan. Ele alertou que características como coragem, curiosidade e competência serão essenciais para seu sucessor, enquanto descartou qualquer intenção de se candidatar a um cargo presidencial no futuro.