A empresa Colossal Biosciences anunciou a recriação de uma espécie de lobos pré-históricos extintos há aproximadamente 12 mil anos e planeja "desextinguir" outros animais que habitaram a Terra, como mamutes-lanosos, tilacinos (tigres-da-Tasmânia) e dodôs. Para isso, a startup norte-americana faz uso de DNA antigo, clonagem e tecnologia de edição genética para modificar os genes de animais ainda existentes.
Mamute-lanoso
Os mamutes-lanosos viveram na Terra durante a Era Glacial e estão mais intimamente relacionados aos elefantes asiáticos. Eles foram extintos há cerca de 4 mil anos. A Colossal Biosciences afirma que, ao trazer os mamutes de volta, pretende desenvolver novas ferramentas que podem auxiliar na conservação de elefantes modernos ameaçados, além de entender a genética de adaptação ao frio e avançar na técnica de edição genética multiplex, que permite a alteração de múltiplos genes simultaneamente em um único experimento.
Kenneth J. Lacovara, Ph.D. e membro do conselho consultivo da empresa, destaca a importância da iniciativa: “Quando perdemos os mamutes, também perdemos os serviços ecossistêmicos que eles forneciam. Restaurá-los pode ajudar a equilibrar um mundo desajustado pela atividade humana.”
Desde sua fundação em setembro de 2021 por Ben Lamm e George Church, geneticista da Universidade Harvard, a Colossal já arrecadou cerca de R$ 2,5 bilhões. Embora a empresa preveja a introdução de bezerros de mamute em 2028, o progresso tem sido mais lento do que inicialmente esperado.
Tigre-da-Tasmânia
Outro projeto da startup é a reintrodução do tilacino, que teve seu último exemplar na natureza morto entre 1910 e 1920, enquanto o último em cativeiro morreu em 1936. A extinção do tilacino causou um efeito cascata ecológico, afetando outros níveis da cadeia alimentar. A Colossal planeja usar embriões preservados em álcool e outros fluidos estabilizadores para tentar recuperar a espécie.
Dodôs
Os dodôs, aves que habitavam as ilhas Maurício, foram extintos após a chegada dos colonizadores holandeses e a introdução de espécies invasoras que consumiam seus ovos. Embora existam relatos de avistamentos até 2003, pesquisadores acreditam que a extinção ocorreu por volta de 1690. A Colossal está colaborando com a Mauritian Wildlife Foundation para restaurar habitats originais e apoiar planos de reintrodução dessa espécie.
Esses esforços da Colossal Biosciences representam um avanço na biotecnologia e na conservação ambiental, levantando questões sobre a ética e as implicações da de-extinção.