Donald Trump intensificou a tensão na guerra comercial com a China ao exigir que o governo chinês cancele uma tarifa de 34% imposta em resposta às medidas americanas. O presidente dos EUA deu até o meio-dia de hoje (horário de Washington) para que a China atenda a essa demanda, sob a ameaça de implementar uma tarifa adicional de 50% sobre produtos chineses.
Essa nova taxa, caso seja aplicada, se somará aos 34% anunciados na semana passada e aos 20% revelados no início de março, totalizando uma sobretaxa de 104%. Essa situação implicaria em um aumento significativo nos preços dos produtos chineses para os consumidores americanos.
A resposta da China foi imediata. O Ministério do Comércio Chinês declarou que não cederá às exigências de Trump, prometendo “novas contramedidas resolutas” caso o governo americano amplie a taxação. Liu Peng, porta-voz da embaixada chinesa em Washington, enfatizou que a pressão e ameaças não são abordagens adequadas para o diálogo entre os dois países. Ele criticou os Estados Unidos por seu unilateralismo e protecionismo, argumentando que as ações americanas prejudicam tanto a estabilidade da produção global quanto a recuperação econômica mundial.
Reação Europeia e Previsões de Mercado
A União Europeia também se prepara para responder às tarifas propostas por Trump. A Comissão Europeia está considerando a aplicação de tarifas sobre uma variedade de produtos americanos em retaliação a imposições anteriores sobre aço e alumínio, afetando cerca de 380 bilhões de euros em exportações da UE, sob taxas que variam de 20% a 27,5%.
Recentes declarações de líderes financeiros alertam para os riscos inflacionários associados a essas tarifas. Larry Fink, presidente da Blackrock, sugeriu que as tarifas podem ser mais inflacionárias do que o esperado, não descartando uma possível queda de 20% no índice S&P 500 nas próximas semanas. Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, alertou que essas medidas podem resultar em efeitos adversos e prolongados sobre o crescimento da economia americana.
Além disso, o Goldman Sachs aumentou sua estimativa para a probabilidade de uma recessão nos Estados Unidos nos próximos 12 meses, de 35% para 45%. O JP Morgan já avaliava essa chance em 60%.
A escalada da guerra comercial entre os EUA e a China continua a ser um tema central no cenário internacional, com repercussões significativas para a economia global.