As tarifas de 125% impostas pela China sobre produtos importados dos Estados Unidos começam a vigorar neste sábado, dia 12, intensificando as tensões entre as duas maiores economias globais. O anúncio do aumento das taxas foi feito na sexta-feira, 11, após a decisão dos EUA de aumentar as tarifas recíprocas sobre as importações chinesas, que agora alcançam 145% com os 20% previamente estabelecidos pelo ex-presidente Donald Trump.
Em comunicado, a Comissão de Tarifas Alfandegárias do Conselho de Estado chinês argumentou que as tarifas dos EUA são desproporcionais e violam normas comerciais internacionais, caracterizando a ação como uma forma de "intimidação e coerção unilateral". O porta-voz da embaixada chinesa nos EUA, Liu Pengyu, reafirmou a posição de Pequim por meio de suas redes sociais, afirmando que a China não se submeterá à pressão americana e que os EUA precisam revisar sua postura.
A crescente guerra comercial tem gerado instabilidades nos mercados globais, refletidas nas variações acentuadas das bolsas, que apesar de terminar a semana com alta, vivem um cenário de incertezas devido às possíveis repercussões das tarifas e eventuais retaliações. No contexto atual, Trump mantém sua posição sobre a eficácia de sua política tarifária, enquanto a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, expressou otimismo em relação a um possível acordo comercial com a China.
O aumento das tarifas representa um novo capítulo nas relações comerciais entre Pequim e Washington. O analista Bruna Allemann, da Nomos, sugere que a China pode suportar melhor esse embate dado seu tempo de preparação e controle sobre as cadeias de produção globais. Por outro lado, o professor Carlos Gustavo Poggio, do Berea College, destaca a vantagem dos Estados Unidos na redução de sua dependência da China e na preservação de aliados ao longo da história.
Economistas têm apontado que a situação atual é insustentável. Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central, alerta que a imposição de tarifas extremas pode levar a um cenário de incerteza total. Ele compara a atual fase da guerra comercial a "bullying" econômico, onde ambos os países estão se prejudicando drasticamente. A instabilidade relacionada à política comercial de Trump tem gerado um ambiente desenfreado de incertezas, comparável a períodos de crise anteriores, conforme acreditam especialistas da área.
A escalada dessa disputa comercial continua a afetar as economias globalmente, e conforme especialistas, os próximos passos são imprevisíveis.