A Tesla interrompeu as novas encomendas de seus veículos Model S e Model X em seu site chinês, conforme apuração da Reuters na última sexta-feira, 11 de outubro. A suspensão ocorre no contexto de uma crescente tensão na guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Os modelos em questão são produzidos nos Estados Unidos e importados para a China. Além da retirada do site, as novas encomendas também não estão mais disponíveis no mini programa da Tesla no WeChat, popular aplicativo de mensagens da China. A montadora, com sede em Austin, Texas, não se manifestou oficialmente sobre o motivo da alteração.
O movimento coincide com um aumento significativo nas tarifas de importação que a China impôs sobre produtos americanos, elevando-as para 125%. Essa medida é uma resposta à decisão do presidente Donald Trump de aumentar as taxas sobre produtos chineses, que agora chegam a 145%. Os novos valores dificultam ainda mais o acesso dos consumidores chineses a veículos da Tesla, uma vez que os carros importados se tornam mais caros em comparação aos modelos fabricados localmente.
Embora a Tesla seja uma das montadoras menos impactadas pelas tarifas, devido à sua produção majoritariamente voltada para o mercado americano, a pressão das tarifas elevadas pode afetar as vendas na China. A montadora já enfrenta concorrência acirrada de empresas locais como a BYD, que vêm ganhando espaço no mercado chinês.
No ano passado, a China importou apenas 1.553 unidades do Model X e 311 do Model S, de acordo com dados do analista Li Yanwei, da Associação de Revendedores de Automóveis da China. Juntos, esses modelos representaram menos de 0,5% das mais de 657.000 entregas da Tesla globalmente. Além disso, as entregas gerais de veículos premium, que incluem os modelos da Tesla e o Cybertruck, caíram 25% no primeiro trimestre de 2024, em parte atribuída à falta de inovações e à reação negativa contra a postura política do CEO Elon Musk.