Em 2018, a FIFA inovou ao disponibilizar espaços para estúdios de transmissão na Praça Vermelha, um dos principais cartões-postais de Moscou, durante a Copa do Mundo. O Grupo Globo, responsável pelos direitos de transmissão no Brasil, considerou a proposta, mas enfrentou desafios financeiros. Segundo Raymundo Barros, CTO do Grupo Globo, o custo por metro quadrado era exorbitante.
Para contornar esse desafio econômico, a empresa optou por uma solução tecnológica: alugar um estúdio de 30 metros quadrados ao lado do Kremlin e expandi-lo virtualmente em suas operações no Rio de Janeiro. O investimento totalizou o equivalente ao orçamento anual para essa operação.
Durante o principal telejornal do país, o Jornal Nacional, que ia ao ar pela manhã, foi implementada a renderização virtual da Praça Vermelha. Barros relatou que a operação foi realizada em nuvem, permitindo um ajuste fácil e dinâmico da vista ao longo do mês de competição. “Se estava sol em Moscou, nosso estúdio virtual também refletia isso. Da mesma forma, quando chovia, ajustávamos a renderização”, destacou o CTO. O custo total com renderizações durante os 30 dias da Copa foi de US$ 380 mil.
No entanto, o uso de processamento em nuvem, como o fornecido pelo Google Cloud, requer atenção a custos, uma prática conhecida como FinOps, fundamental para garantir retorno sobre investimento (ROI) e eficiência. Barros observou que, com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial, é essencial estabelecer limites operacionais para o uso da nuvem.
A Globo tem se empenhado em ações inovadoras, minimizando custos e mantendo-se competitiva no que diz respeito à criação de conteúdo com inteligência artificial. Recentemente, a empresa organizou um hackathon em colaboração com os Estúdios Globo e o Google Cloud, focando na produção de conteúdo totalmente gerado por IA, com resultados positivos. Barros conclui que o aprendizado gerado por essas iniciativas é vital e expressa a ambição da Globo: “Queremos ser a referência em uso de IA no setor, de modo que ninguém fora da Globo tenha mais expertise sobre o assunto.”
*Repórter viajou a convite do Google Cloud.