ARIDA, Japão — Em um projeto inovador no setor ferroviário, a nova estação de trem Hatsushima foi construída em apenas seis horas, utilizando componentes impressos em 3D. Essa construção substitui um prédio de madeira que atendeu à comunidade por mais de 75 anos. Durante o intervalo entre a partida do último trem da noite e a chegada do primeiro da manhã, trabalhadores montaram a estrutura, uma iniciativa considerada a primeira do tipo no mundo, segundo a West Japan Railway Co.
Embora a nova estrutura seja mais semelhante a um abrigo do que a uma estação tradicional, seu custo foi reduzido pela metade em comparação com a construção convencional, que levaria mais de dois meses para ser concluída. A nova estação está localizada em Arida, na província de Wakayama, e abrange uma área com 25 mil habitantes, próxima a regiões turísticas como Osaka e Nara. Atualmente, a estação atende cerca de 530 passageiros por dia, com trens circulando uma a três vezes por hora.

Yui Nishino, estudante de 19 anos que usa a estação diariamente para ir à universidade, expressou sua surpresa com a construção. “É impressionante ver a velocidade desse progresso em comparação com a construção tradicional. Espero que mais edifícios possam ser feitos com a tecnologia de impressão 3D”, afirmou.
A empresa Serendix, que colaborou com a West Japan Railway no projeto, informou que a impressão das peças e o reforço com concreto levaram apenas sete dias. As estruturas foram impressas em uma fábrica na província de Kumamoto e transportadas em caminhões por aproximadamente 800 quilômetros até a estação.

Segundo Kunihiro Handa, cofundador da Serendix, o método tradicional de construção exige meses de planejamento e trabalho fora do horário normal dos trens. Na noite de 26 de março, após a partida do último trem às 23h57, os caminhões despejaram as peças, dando início à montagem. Em menos de seis horas, um guindaste posicionou as estruturas no local da antiga estação, que foi demolida.
A nova estação, com um espaço total de pouco mais de 9 metros quadrados, foi projetada com elementos que representam Arida, como uma laranja-mandarina e um peixe-espada. Embora a estrutura já esteja montada, o interior ainda precisa ser finalizado, com a instalação de máquinas de bilhetes e leitores de cartões, previsto para ser concluído até julho.
Os operadores ferroviários veem o projeto como um modelo para manter serviços em áreas rurais, utilizando tecnologias que demandam menos mão de obra. “O significado deste projeto é a significativa redução do número de pessoas necessárias para a operação”, afirmou Ryo Kawamoto, presidente da JR West Innovations.
A antiga estação, que começou a operar em 1948, tem sido automatizada desde 2018. Toshifumi Norimatsu, de 56 anos, que gerencia uma loja próxima, expressou seus sentimentos mistos sobre a nova construção. “Estou um pouco triste pela demolição da antiga estação. Mas torço para que esta nova possa se tornar um exemplo e beneficiar outras regiões”, disse.
c.2025 The New York Times Company