A Polícia Civil de Goiás prendeu, nesta quarta-feira (9), o ex-árbitro D’Guerro Batista Xavier, de 46 anos, em João Pessoa, Paraíba. Ele é suspeito de envolvimento em um esquema de manipulação de resultados na Série B do Campeonato Brasileiro. Até o momento, a defesa de D’Guerro não se manifestou sobre as acusações.
A prisão foi parte da Operação Jogada Marcada, coordenada pelo Grupo Antirroubo a Banco (GAB) da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic). A operação visa desmantelar uma organização criminosa que atua na manipulação de resultados de partidas de futebol e está cumprindo 16 mandados judiciais, incluindo prisões e busca e apreensão.
Conforme a Polícia Civil, as fraudes já movimentaram aproximadamente R$ 11 milhões, muitas vezes por meio de plataformas de apostas. A investigação indica que o esquema conta com financiadores, intermediários e executores, incluindo jogadores, treinadores e dirigentes de clubes envolvidos.
D’Guerro havia sido afastado anteriormente pela Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em 2018, após menções em uma operação do Ministério Público e da Polícia Civil sobre manipulações em jogos do Campeonato Paraibano entre 2011 e 2018.
Em 2023, o Ministério Público de Goiás desencadeou três operações contra um grupo criminoso que aliciava jogadores para manipular resultados em partidas do Brasileirão de 2022 e em Estaduais deste ano. Os jogadores eram recompensados por atitudes como receber cartões amarelos ou vermelhos, cometer pênaltis ou influenciar o placar de maneira a beneficiar apostadores associados ao esquema.
Como resultado de investigações anteriores, a Fifa aplicou penas severas a diversos jogadores envolvidos. Entre eles, estão:
- Gabriel Tota, Ygor Catatau, Matheus Phillipe: banidos do futebol.
- Paulo Miranda e Onitlasi Junior Moraes: suspensos por 720 dias.
- Paulo Sérgio Marques Corrêa, André Luiz Siqueira Júnior e Mateus da Silva Duarte: 600 dias de suspensão.
- Eduardo Bauermann e Fernando Neto: banidos por 360 dias.