Chico Mendes: O Sindicalista e Ativista Ambiental Brasileiro
Chico Mendes (1944-1988) foi um proeminente líder seringueiro, sindicalista e ativista ambiental brasileiro, conhecido por sua luta incessante pela preservação da Floresta Amazônica e suas seringueiras nativas. Reconhecido internacionalmente, recebeu da ONU o Prêmio Global de Preservação Ambiental.
Infelizmente, sua vida foi interrompida em 1988, quando foi assassinado por se opor a fazendeiros que devastavam a floresta.
Início da Vida e Formação
Francisco Alves Mendes Filho, popularmente conhecido como Chico Mendes, nasceu em Xapuri, Acre, no dia 15 de dezembro de 1944. Filho do seringueiro Francisco Alves Mendes e de Maria Rita Mendes, desde jovem acompanhava seu pai pela floresta, onde testemunhava o desmatamento. A falta de escolas o levou a ser alfabetizado apenas aos 19 anos.
Atuação como Sindicalista
Em 1975, Chico Mendes iniciou sua trajetória como sindicalista ao ser nomeado secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Basileia. No ano seguinte, começou a lutar pela posse de terra para os povos nativos da região. Em resposta à crescente devastação, Chico introduziu os chamados “empates”, uma forma pacífica de resistência onde a comunidade se mobilizava, formando barreiras humanas para proteger a floresta contra o desmatamento.
Ativismo Ambiental
Em 1977, foi um dos fundadores do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri e, no mesmo ano, foi eleito vereador pelo MDB, recebendo suas primeiras ameaças de morte de fazendeiros. Em 1981, tornou-se presidente do Sindicato de Xapuri. Tentou se candidatar a deputado federal pelo PT em 1982, mas não foi eleito. No entanto, em 1984, foi absolvido de acusações de incitação à violência por falta de provas.
No final de 1985, Chico Mendes organizou o Primeiro Encontro Nacional de Seringueiros, onde apresentou a proposta da “União dos Povos da Floresta”, um documento que unia índios, trabalhadores rurais e seringueiros na luta pela preservação da Amazônia.
Reconhecimento Internacional
A luta de Chico Mendes ganhou notoriedade tanto no Brasil quanto internacionalmente. Em 1987, ele fez um discurso no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Miami, denunciando a destruição da floresta e solicitando a suspensão de financiamentos para a construção da BR-364. No mesmo ano, recebeu uma comissão da ONU em Xapuri, que presenciou a devastação e as ameaças sofridas pelos seringueiros. O financiamento foi suspenso e o BID exigiu um estudo de impacto ambiental na região.
Chico Mendes também foi convidado a falar no Senado dos EUA, onde conseguiu que diversos bancos suspendessem seus financiamentos para projetos prejudiciais à floresta. Em reconhecimento ao seu trabalho, recebeu o Prêmio Global 500 da ONU.
A Última Luta e o Legado
Em 1988, foi criada a União Democrática Ruralista (UDR) e Chico participou da criação da primeira reserva extrativista do Acre. Após denunciar ameaças de morte, ele foi assassinado em 22 de dezembro de 1988, ao sair de sua casa em Xapuri.
Os responsáveis por seu assassinato, o fazendeiro Darly Alves da Silva e seu filho, foram condenados, mas obtiveram liberdade condicional anos depois. Chico Mendes deixou um legado poderoso e um chamado à ação por justiça social e ambiental.
Memorial e Instituto Chico Mendes
A casa onde viveu foi transformada no “Memorial Chico Mendes”, recebendo visitantes de diversas partes do mundo. Além disso, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, fundado em 2007, visa proteger as Unidades de Conservação no Brasil.
