Catarina II, a Grande: A Imperatriz da Rússia
Catarina II, a Grande (1729-1796), foi uma das figuras mais proeminentes da história russa, governando como imperatriz da Rússia por 34 anos. Durante seu reinado, o país experimentou um desenvolvimento notável, e Catarina conquistou popularidade semelhante à de Pedro, o Grande, seu antecessor. Conhecida como a “déspota esclarecida”, ela deixou um legado duradouro na história da Rússia.
Infância e Juventude
Nascida Sophie Friederike Auguste em Stettin, Prússia, no dia 2 de maio de 1729, Catarina era filha do príncipe Cristiano Augusto de Anhalt-Zerbst e da duquesa Joana Isabel de Holstein-Gottorp. Aos 15 anos, foi escolhida pela czarina Isabel para se casar com o Grão-Duque Pedro, neto de Pedro, o Grande.
Após uma longa jornada de trenó até Moscou, Catarina começou a se adaptar à vida russa, aprendendo a língua e se convertendo à religião ortodoxa em 1745, quando recebeu o nome de Iekaterina Alekseievna. Casou-se com Pedro, mas o relacionamento era frio e problemático, resultando em dois filhos: Paulo I e a grã-duquesa Ana Petrovna, que faleceu na infância.

Ascensão ao Poder
Com a morte da czarina Isabel, Pedro III assumiu o trono em janeiro de 1762. Contudo, sua aliança com Frederico II da Prússia alarmou os russos, levando Catarina a conspirar contra ele. Com o apoio dos generais e da nobreza, ela depôs Pedro III, que foi assassinado poucos dias depois.
Aos 34 anos, Catarina tornou-se imperatriz. Ela buscou implementar as ideias do “despotismo esclarecido”, reformando a administração e promovendo a agricultura e o comércio, embora isso gerasse descontentamento entre os camponeses.

Reformas e Conflitos
Catarina convocou um congresso com mais de seiscentos deputados para discutir reformas, mas após dois anos sem resultados, decidiu agir sozinha. Ela dividiu o território russo em 44 províncias, concedendo privilégios à nobreza, o que exacerbava as tensões com os camponeses. Em resposta, revoltas, como a liderada pelo cossaco Pugachev, foram reprimidas brutalmente.
Em 1785, Catarina promulgou a “Carta da Nobreza”, que beneficiou ainda mais a aristocracia, mas também implementou algumas medidas sociais, como a construção de asilos e hospitais, para apaziguar a população.
Conquista de Territórios
O governo de Catarina II não se limitou a reformas internas; ela expandiu as fronteiras da Rússia, anexando partes da Finlândia e interferindo na Polônia, resultando em três partilhas. Sua ambição também levou a guerras contra a Turquia, resultando na conquista da costa do mar Negro e da península da Crimeia.
Vida Pessoal e Legado
Catarina II é conhecida por seus muitos amantes, sendo Grigoro Potiomkin um dos mais influentes em sua corte. Ela faleceu em Tsarkoie Selo, perto de São Petersburgo, no dia 17 de novembro de 1796, e foi sucedida por seu filho Paulo III. Seu governo é lembrado como uma era de grandeza, mas também de complexidade e contradições.