Política

Montadoras chinesas no Brasil desmentem crise dos chips

As montadoras chinesas BYD e GWM, que já estão produzindo veículos no Brasil, afirmaram que não enfrentarão problemas com a falta de semicondutores. Ambas as empresas recebem os chips diretamente de suas matrizes na China, o que garante a continuidade do fornecimento desses componentes essenciais para o funcionamento dos veículos, como motor, freios, airbags e sistemas de entretenimento.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) alertou recentemente sobre o risco de paralisação na produção de veículos no Brasil nos próximos 15 dias devido à escassez de semicondutores. Uma crise na empresa Nexperia, que fornece cerca de 60% dos chips utilizados na indústria automotiva, foi citada como uma possível causa para essa situação. Vale destacar que BYD e GWM não são associadas à Anfavea.

A GWM reforçou em comunicado que não espera problemas em seu fornecimento de semicondutores, pois este provém diretamente de sua matriz na China. Da mesma forma, a BYD destacou sua estratégia de integração vertical, que permite a produção interna da maioria de seus componentes, garantindo assim a continuidade de suas operações.

Recentemente, a GWM iniciou a produção de veículos na fábrica que era da Ford em Iracemápolis, São Paulo. Estão sendo fabricados modelos como o SUV Haval 6, em versões híbridas, e a picape Poer. A GWM também tem investido em parcerias, incluindo uma com a Horizon Robotics, empresa especializada em chips para inteligência artificial, e adquiriu a Wuxi Xindong, fabricante de semicondutores. Essas ações visam fortalecer sua cadeia de suprimentos nesse setor.

A BYD, por sua vez, começou a produzir no Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, onde são fabricados veículos elétricos e híbridos, incluindo o modelo Dolphin Mini. A empresa também assinou um acordo de investimento estratégico com o Xiaomi Changjiang Industry Fund, visando expandir suas operações em semicondutores, área que é considerada fundamental para a sua atividade. Durante a pandemia, a BYD não enfrentou problemas de abastecimento, pois havia desenvolvido boa parte de sua tecnologia internamente.

Outras indústrias que utilizam semicondutores, como a de eletrônicos, ainda não reportaram problemas de fornecimento. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, que representa mais de 400 empresas do setor, informou que seus associados não enfrentam dificuldades em relação aos chips. O mesmo foi confirmado pelo presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletrônicos (Eletros), que afirmou que nenhuma empresa associada relatou falta de componentes.

Em relação à crise de fornecimento de chips, a unidade chinesa da Nexperia já começou a retomar as entregas após restrições relacionadas à disputa sobre propriedade intelectual com a Holanda. Essa situação gerou tensões que impactaram as exportações e também afetaram a produção em algumas fábricas automotivas na Europa. Um carro moderno utiliza, em média, entre mil e três mil chips, e a falta desses componentes pode interromper completamente a produção nas montadoras.

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