85% rejeitam proposta de aulas práticas optativas na CNH

A consulta pública realizada pelo Ministério dos Transportes sobre a obrigatoriedade das aulas práticas para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) está em andamento, mas dados preliminares revelam uma posição clara da população. Até a última semana, 85% dos participantes se mostraram contrários à proposta que visa tornar essas aulas facultativas. Apenas 10% apoiaram a mudança e 5% sugeriram opções intermediárias, como a redução da carga horária.
Os dados foram coletados até o dia 14 de outubro, com base em informações da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). Embora não seja o resultado final, o levantamento mostra uma forte resistência da sociedade em relação à flexibilização da formação prática de motoristas.
As principais preocupações dos cidadãos estão ligadas à segurança viária e à legalidade da proposta. Muitos acreditam que as aulas devem ser mantidas em Centros de Formação de Condutores (CFCs), sob a supervisão de instrutores credenciados e em veículos com duplo comando de freio. Esses aspectos são considerados essenciais para garantir que novos motoristas tenham a formação técnica e emocional necessária para dirigir com segurança.
Para muitos, a ideia de tornar as aulas práticas optativas seria um retrocesso, pois poderia levar a um aumento no número de motoristas despreparados, colocando em risco a segurança no trânsito. Um trecho do relatório ressalta que a falta de acompanhamento profissional pode fazer com que os candidatos não estejam prontos para o exame prático e, consequentemente, para dirigir nas ruas.
Além disso, há temores de que essa alteração possa resultar em um aumento nos acidentes, bem como uma insegurança jurídica, caso a proposta avance sem as devidas mudanças na legislação do Código de Trânsito Brasileiro. O caráter populista da medida também foi criticado, uma vez que promete redução de custos sem apresentar evidências técnicas sobre o impacto da mudança.
Os pouquíssimos que apoiam a proposta argumentam principalmente sobre a redução de custos para a obtenção da CNH, afirmando que a obrigatoriedade das aulas práticas encarece o processo e dificulta o acesso de pessoas de baixa renda. No entanto, esses argumentos carecem de fundamentação técnica e não levam em consideração os riscos à segurança.
O relatório final da análise das manifestações mostra uma tendência clara: a sociedade brasileira rejeita a ideia de tornar as aulas práticas optativas. De acordo com o presidente do Sindicato das Autoescolas do Estado do Ceará, Eliardo Martins, a participação da população nesse debate é fundamental. Ele afirma que o resultado da consulta confirma a vontade da população por um trânsito mais seguro, que depende de uma formação de qualidade.
A consulta pública continua aberta, mas os números já indicam que a maioria dos brasileiros vê as aulas práticas como um componente essencial para a segurança no trânsito.




