Reguladores federais rejeitaram o pedido da NV Energy para devolver depósitos a potenciais produtores de energia limpa que enfrentaram dificuldades após a eliminação dos créditos fiscais de energia limpa durante a presidência de Donald Trump. Esses créditos eram especialmente importantes para projetos em terras controladas pelo Bureau of Land Management.
Na solicitação feita em 28 de julho, a NV Energy destacou que as políticas do ex-presidente Trump criaram desafios significativos para desenvolvedores de solar e energia eólica. No entanto, a Comissão Federal Reguladora de Energia declarou que a NV Energy não comprovou que o pedido de isenção estava restrito em sua abrangência, um requisito necessário para que a comissão conceda desvios de suas regras.
No documento apresentado, dois grupos de comércio, a Associação da Indústria de Energia Solar e a Aliança de Energia Interwest, alertaram que a isenção solicitada poderia levar a projetos incertos a desistirem rapidamente, permitindo a devolução de depósitos comerciais sem penalidades. Apesar de perguntas sobre essa questão, a Associação de Energia Solar optou por não comentar, referindo-se apenas a declarações anteriores feitas no caso.
Os defensores da isenção argumentaram que as mudanças nas políticas de Trump, incluindo a chamada “One Big Beautiful Bill Act”, e um memorando do Departamento do Interior, tornaram a situação ainda mais difícil para os projetos de energia limpa. Esse ato elimina ou reduz os créditos fiscais de energia limpa criados pela Lei de Redução da Inflação de 2022, o que pode resultar em aumento dos preços de energia e diminuição dos investimentos em fontes renováveis.
Estudos mostraram que essas políticas podem impactar negativamente a economia de Nevada. É estimado que o produto interno bruto (PIB) do estado pode encolher em até 1 bilhão de dólares até 2030 e 1,5 bilhões até 2035, com um total equivalente a 8 bilhões de dólares em perdas entre 2025 e 2034.
Em 15 de julho, o memorando do Departamento do Interior impôs que as decisões relacionadas ao desenvolvimento de energia solar e eólica em terras federais passem pelo crivo do secretário e do vice-secretário do Interior pessoalmente, o que pode complicar ainda mais o processo para a NV Energy, considerando que a maior parte do estado está sob gestão do Bureau de Gestão de Terras.
Por outro lado, a eliminação dos créditos de energia limpa não deve afetar o projeto de linhas de transmissão Greenlink, avaliado em 4,2 bilhões de dólares, que está sob a supervisão da FERC. Representantes da NV Energy afirmaram que Greenlink pretende facilitar o acesso a corredores de energia renovável que, de outra forma, não estariam disponíveis, além de melhorar o serviço para os clientes e apoiar o crescimento na área de atuação da empresa.
A NV Energy esperava que a remoção de projetos inviáveis abrisse espaço para aqueles que ainda são viáveis, mas, diante da decisão recente, a empresa seguirá os processos estabelecidos e continuará trabalhando com os clientes na fila de interconexão. Não foi informado se os contratantes que optarem por sair de seus acordos perderão toda a quantia depositada.
