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JNIM realiza ataques em Benin próximo à fronteira com a Nigéria

JNIM, sigla para Jama’at Nusrat al-Islam wal-Muslimin, tem expandido suas atividades na África Ocidental, realizando ataques em várias regiões, incluindo Benin e, mais recentemente, na fronteira do Níger com a Argélia. Desde abril de 2025, o grupo tem intensificado suas operações, com uma ação significativa registrada em 27 de setembro, quando atacou o posto de fronteira de Assamakka, resultando na morte de seis soldados nigerinos. O ataque revela o alcance crescente da JNIM, especialmente em áreas geralmente consideradas calmas desde a morte do líder da Al-Qaeda no Magreb Islâmico, Abdelmalek Droukdel, em uma operação das forças especiais francesas na região há mais de cinco anos.

O controle do posto de Assamakka, bem como as incursões em bordas marítimas da África Ocidental, demonstram a ambição do grupo em operar em uma vasta área que, historicamente, corresponderia a antigos estados islâmicos antes da colonização. Ao mesmo tempo, JNIM tem consolidado sua presença ao redor da capital do Mali, Bamako, sugerindo a possibilidade de um cerco à cidade.

Em 3 de outubro, a mídia do grupo divulgou um vídeo mostrando seus combatentes sobre os corpos de soldados malianos, que foram emboscados na estrada entre Bamako e Segou. Dias antes, outro vídeo mostrava as tropas da JNIM circulando em cidades de Segou que tinham tomado, evidenciando a interação contínua com a população local.

Um aspecto importante a ser observado é se JNIM optará por governar os territórios que ocupa. Até o momento, o grupo parece ter se alimentado do vácuo de poder em áreas rurais, sem buscar substituir formalmente os governos locais. Essa estratégia pode ser uma escolha deliberada, já que assumir a governança pode trazer responsabilidades que o grupo não está disposto a enfrentar, especialmente se isso prejudicar sua imagem.

Outra questão é a possibilidade de JNIM tentar cercear capitais, como Bamako ou Ouagadougou, algo que já fez em cidades menores. Atualmente, o grupo aparenta evitar incursões em grandes centros urbanos devido à falta de recursos para manter controle sobre populações maiores.

Além disso, uma consideração interessante é se JNIM poderá, no futuro, buscar algum tipo de legitimidade internacional. A liderança do grupo, particularmente Iyad ag Ghaly, já expressou admiração por grupos jihadistas como os talibãs e a Hay’at Tahrir al-Sham na Síria. No entanto, até agora, não há indícios de que JNIM pretende moderar suas táticas de violência ou formar uma proposta de engajamento mais civilizada com a comunidade internacional.

Com essas movimentações e decisões estratégicas, o futuro de JNIM terá implicações significativas tanto para a estabilidade regional quanto para as políticas de combate ao terrorismo.

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