A tensão no mercado de câmbio da Argentina continua alta à medida que se aproximam as eleições. Na tarde de hoje, o dólar oficial, conhecido como “dólar de atacado”, estava cotado a 1.490,50 pesos, representando um aumento de 1,1% em relação ao dia anterior. Essa taxa se aproximou do limite superior da banda estabelecida para o câmbio no país, que atualmente é de 1.491,07 pesos.
Operadores do mercado indicam que intervenções institucionais, que podem envolver vendas tanto do Tesouro dos Estados Unidos quanto do Banco Central argentino, ajudaram a conter uma valorização ainda maior da moeda. O volume total de transações no mercado de câmbio nesta terça-feira ultrapassou 718 milhões de dólares, superando em 320 milhões a quantidade negociada no dia anterior.
Com esses dados, a cotação do dólar no setor varejista superou o recorde histórico observado em 19 de setembro. No Banco Nación, o dólar era vendido a 1.515 pesos. Por outro lado, o chamado “dólar blue”, que é a taxa utilizada no mercado paralelo, também atingiu recordes, cotado a 1.540 pesos, um aumento em relação ao seu máximo anterior de 1.520 pesos.
Esse aumento na cotação ocorre mesmo após diversos anúncios do governo com o objetivo de estabilizar o mercado cambial. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, comentou sobre um acordo de swap de 20 bilhões de dólares entre os EUA e a Argentina, descrevendo a operação como uma “ponte para um futuro melhor” e não como um resgate, buscando assim distanciar essa ação de outras formas tradicionais de assistência financeira.
Além disso, o governo argentino anunciou planos para recomprar títulos soberanos, com a intenção de diminuir os custos de financiamento do país. Também nesta terça-feira, um veículo de comunicação relatou que bancos dos EUA estão considerando participar de um empréstimo de 20 bilhões de dólares para apoiar a Argentina. As instituições financeiras JPMorgan Chase, Bank of America, Goldman Sachs e Citigroup estão avaliando essa possibilidade, mas aguardam diretrizes do Departamento do Tesouro dos EUA sobre as garantias que poderiam ser utilizadas nessas operações.
