Política

2026 pode ser desafiador para o Banco Central, afirma ex-diretor

O ano de 2026 pode ser desafiador para o Banco Central na gestão da política monetária. De acordo com Reinaldo Le Grazie, economista e ex-diretor de política monetária do Banco Central, os efeitos positivos vistos na economia em 2025 podem não se repetir. Ele participou do evento Global Voices, organizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, em São Paulo.

Le Grazie observa que a redução da inflação em 2025 deve-se a fatores externos, como a desvalorização do dólar, que foi influenciada por políticas implementadas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele acredita que essas condições econômicas favoráveis podem não estar presentes em 2026, o que pode complicar a situação para o Banco Central.

Segundo ele, a expectativa é que o dólar feche o ano de 2026 em torno de R$ 5,40. Contudo, caso a economia americana mantenha seu ritmo de crescimento, há a possibilidade de o dólar não desvalorizar mais. Isso significa que o Banco Central pode enfrentar dificuldades para controlar a inflação.

Além disso, Le Grazie destaca que 2026 será um ano eleitoral, o que historicamente leva a um aumento nos gastos públicos. Essa dinâmica fiscal, segundo ele, pode pressionar ainda mais a inflação, tornando difícil mantê-la em níveis menores do que os previstos para 2025. Em anos eleitorais, é comum um aumento nos gastos do governo, o que pode resultar em mais dinheiro circulando na economia, pressionando os preços.

Além do aumento nos gastos, o economista também menciona que a população pode enfrentar um cenário complicado, com alta inadimplência e queda na renda, o que pode agravar a situação econômica no ano eleitoral. Diante desse contexto, Le Grazie alerta que o Banco Central terá desafios significativos para manter a inflação sob controle em 2026.

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