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Disputa pela herança: revelações dos bastidores

Um casal de idosos, composto por Tadeusz Edmund Hollup, um contador polonês, e Cionyra Ceres de Araújo Hollup, ex-secretária da Petrobras, deixou um patrimônio avaliado em cerca de R$ 2 milhões. O casal, que vivia em um apartamento na Avenida Oswaldo Cruz, no Flamengo, no Rio de Janeiro, faleceu em um intervalo de nove meses entre 2018 e 2019. Agora, os bens estão sendo disputados na justiça por um sobrinho e duas cuidadoras.

Cionyra faleceu em 20 de maio de 2019, no Hospital Copa D’or, devido a complicações como tromboembolismo pulmonar e demência avançada. Seu marido morreu em agosto de 2018, após passar mal e ser internado. O casal, que praticava escalada e se conheceu em um clube no Rio, esteve casado por 66 anos e não teve filhos.

A disputa pela herança envolve dois testamentos feitos em cartório, dois inventários diferentes e acusações mútuas entre as partes. O primeiro testamento, registrado em 2007, deixa todos os bens para o sobrinho Vitor Hollup, de 67 anos. Apesar disso, um novo testamento feito em 5 de dezembro de 2018 deixou a maior parte da herança de Cionyra para suas cuidadoras, Maria de Lourdes e Gilcilene. A primeira receberia 60% e a segunda 40%.

O juiz da 12ª Vara de Órfãos e Sucessões autorizou a busca por outros bens, incluindo um carro importado, e investiga se houve descuido em relação à saúde de Cionyra. Vitor afirmou que, quando sua tia fez o segundo testamento, ela já estava com demência e não estava em plenas condições para tomar decisões.

As cuidadoras, por sua vez, contestam a alegação do sobrinho. Gilcilene afirma que Cionyra estava lúcida ao fazer o segundo testamento e expressou o desejo de deixar seus bens para as cuidadoras, não para o sobrinho, que, segundo ela, não era presente.

Além da disputa pela herança, o Ministério Público do Rio de Janeiro iniciou uma investigação para apurar se houve responsabilidade das cuidadoras pelo estado de saúde debilitado de Cionyra. Enquanto isso, o processo judicial avança com questionamentos sobre a saúde mental da idosa ao fazer o testamento.

O advogado de Vitor Hollup afirma que ações foram tomadas para desocupar o apartamento, que acumula dívidas, e ressaltou que o patrimônio precisa ser protegido. A situação gera tensão entre as partes envolvidas, enquanto a Justiça tenta determinar a validade dos documentos e a real condição de saúde da aposentada na época da assinatura do segundo testamento.

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