Política

Produção industrial brasileira cresce 0,8% em agosto

A produção industrial do Brasil teve um crescimento inesperado em agosto, após quatro meses de resultados ruins. Apesar das tarifas impostas pelos Estados Unidos e das altas taxas de juros no país, a indústria registrou um aumento de 0,8% em comparação com julho. Esse resultado superou as expectativas de uma alta de apenas 0,3%. Essa é a maior elevação mensal desde março, quando a produção subiu 1,7%. Nos meses seguintes a março, a indústria enfrentou dificuldades, com três meses de queda e uma leve alta de apenas 0,1% em junho, resultando em uma perda acumulada de 1,2%.

Além disso, comparando agosto de 2023 com o mesmo mês do ano anterior, a produção teve um leve recuo de 0,7%, superando a previsão de uma queda mais acentuada, de 0,8%. O gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, explicou que a comparação com os dados do ano passado – que são mais baixos – é importante para entender o bom desempenho em relação a julho. Ele também destacou que houve um aumento na produção em 16 dos 25 setores analisados, sendo essa uma distribuição positiva, a mais ampla desde março.

Os setores que mais contribuíram para esse crescimento foram produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com um aumento de 13,4%; coque e derivados do petróleo com 1,8%; e produtos alimentícios, que subiram 1,3%. Por outro lado, entre os nove setores que enfrentaram quedas, os produtos químicos se destacaram negativamente, com uma redução de 1,6%, interrompendo uma sequência de três meses de crescimento.

Analisando as categorias econômicas, três das quatro apresentaram crescimento em agosto. Bens intermediários cresceram 1,0%, bens de consumo semi e não duráveis aumentaram 0,9%, e bens de consumo duráveis tiveram uma alta de 0,6%. No entanto, bens de capital apresentaram uma diminuição de 1,4%.

As tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros começaram a vigorar no início de agosto. Embora os analistas considerem que o impacto geral na economia será moderado, especialistas alertam que a indústria ainda pode ter dificuldades devido à política monetária restritiva. Com a taxa básica de juros Selic em 15%, o crédito se torna mais caro e isso pode afetar as decisões de investimento no setor industrial durante este ano.

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