A confiança do setor de serviços no Brasil teve uma leve recuperação em setembro, encerrando uma sequência de três meses de queda. De acordo com dados da Fundação Getulio Vargas, o Índice de Confiança de Serviços subiu 1,9 ponto, alcançando 89,0 pontos.
Essa melhora é impulsionada pelo aumento tanto nos indicadores que analisam a situação atual quanto nas expectativas futuras. O Índice de Situação Atual, que avalia o presente, registrou uma alta de 2,7 pontos, indo para 93,9 pontos. Este é o maior índice desde maio deste ano, quando atingiu 94,2 pontos. Por sua vez, o Índice de Expectativas cresceu 1,1 ponto, chegando a 84,2 pontos. Ambos os índices voltaram a apresentar alta após três meses consecutivos de baixa.
Embora essa recuperação possa parecer positiva, especialistas alertam que ela não muda a tendência de desaceleração no setor, que vem sendo observada durante o terceiro trimestre. Os dados mostram que alguns segmentos, principalmente os serviços prestados a famílias e telecomunicações, apresentaram resultados melhores.
Os economistas enfatizam que, apesar da melhora na percepção atual, os empresários continuam céticos em relação ao futuro. A expectativa é de que a atividade econômica enfrente desafios nos próximos meses, reflexo da política monetária restritiva em vigor. O Comitê de Política Monetária do Banco Central, por exemplo, decidiu manter a taxa básica de juros em 15% ao ano. A ata dessa reunião destacou a busca por um período prolongado com a taxa Selic inalterada, com o objetivo de atingir a meta de inflação.
Em suma, apesar da leve recuperação na confiança, a perspectiva para os próximos meses aponta para uma manutenção do pessimismo no setor de serviços.
