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Morador de Santa Cecília é acusado de aplicar golpes em série

Gays, garotos de programa, artistas e criadores de cães da raça lulu da Pomerânia se uniram para denunciar Valdemir Oliveira dos Santos Júnior, conhecido como Júnior Pacheco, de 34 anos. Acusado de aplicar diversos golpes em São Paulo e anteriormente no Rio de Janeiro, Valdemir enfrenta várias acusações, incluindo calote, estelionato amoroso, falsidade ideológica e extorsão. As denúncias têm sido divulgadas em uma página dedicada a essas queixas, e várias vítimas já relataram os casos à polícia. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo confirmou que ele é alvo de investigações.

Desde a última sexta-feira, tentativas de contato com o suspeito têm sido feitas por meio de ligações, mensagens no WhatsApp e no Instagram, mas todas as abordagens resultaram em bloqueios. A história de Valdemir começou a ser divulgada em grupos de moradores de Santa Cecília, no centro de São Paulo, onde relatos sobre seus golpes começaram a se espalhar.

Um dos casos denunciados relata que, enquanto corria no Minhocão, um jovem foi abordado por Valdemir. Após trocarem mensagens, eles saíram para jantar, mas Valdemir comeu e bebeu muito, alegando precisar ir ao banheiro, e saiu sem pagar. Após esse evento, ele bloqueou a vítima no aplicativo. Outras pessoas afirmam ter passado pela mesma situação e compartilham detalhes similares.

Uma das vítimas, Vinicius Soares, disse que foi enganado em uma dessas ações, totalizando um prejuízo de R$ 900. Valdemir não age apenas no Minhocão, mas também se conecta com pessoas através de aplicativos de relacionamento LGBTQIA+, onde costuma repetir o mesmo esquema. Além de jantar gratuito, algumas vítimas garantem que Valdemir também as seduz com promessas e, depois, as roubam usando o que chamam de golpe “Boa noite, Cinderela”.

Além dos casos de calote, também há relatos de extorsão. Indivíduos afirmam que, após serem furtados, Valdemir os ameaçava com ligações, alegando ter provas de que eles haviam comprado drogas e exigindo dinheiro para não denunciá-los à polícia. Algumas vítimas até afirmam ter entregado grandes quantias a Valdemir de forma deliberada antes de perceberem que foram enganadas, sentindo-se humilhadas.

A fama de Valdemir se espalhou rapidamente, e surgiram relatos de outros golpes que ele teria aplicado, como em cabeleireiros, floriculturas e pet shops, onde ele sempre dava desculpas relacionadas a problemas financeiros. Por exemplo, uma conta de R$ 450 em um cabeleireiro, R$ 150 em uma floricultura e R$ 350 em uma loja de produtos para animais. Suas desculpas geralmente envolviam dificuldades com pagamentos por meio de cartão ou Pix.

A notoriedade de Valdemir também o levou a se envolver com garotos de programa, que o acusam de não pagar pelos serviços. Em um caso, ele teria tentado usar uma seringa para drogar um garoto de programa quando foi cobrado. Este caso específico foi registrado na polícia.

Artistas têm se manifestado sobre prejuízos que sofreram. Um exemplo é a artista plástica Maria Isabel dos Santos, que registrou um boletim de ocorrência em Itatiba, em São Paulo, após negociar três quadros com Valdemir, sem receber o pagamento previsto. O processo foi arquivado após as obras serem recuperadas.

Reconhecido por sua atuação no meio canino, Valdemir também foi acusado por criadores de lulus da Pomerânia que dizem ter sido enganados por ele ao vender cães. Em um desses episódios, uma veterinária afirma ter perdido R$ 4.500 e expressa preocupação quanto ao destino dos animais que ele levou.

Nas redes sociais, Valdemir projeta uma imagem de vida de luxo, com mais de 90 mil seguidores no Instagram, onde compartilha fotos de viagens. Contudo, na prática, ele enfrenta um processo de despejo em São Paulo e é alvo de cobranças por dívidas relacionadas a serviços. Sua biografia parece ser confusa, com relatos contraditórios sobre sua vida.

Natural de Barreiras, na Bahia, Valdemir já se destacou em São José dos Campos, onde abriu um escritório de design de interiores, mas muitos relatos indicam que ele não aparecia no local e tinha um histórico de práticas fraudulentas na área comercial. Seu trabalho foi amplamente divulgado na mídia, com projetos reconhecidos e prêmios.

Valdemir também mantém um canal no YouTube, onde entrevistava celebridades, mas sua atividade online parece ter diminuído. Após várias denúncias, ele se mudou para São Paulo, onde continuou a aplicar golpes, especialmente em vítimas em potencial que desconheciam seu histórico.

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