O superintendente do estado de Oklahoma, Ryan Walters, anunciou na quarta-feira que deixará seu cargo para se tornar o diretor da Teacher Freedom Alliance, um grupo conservador. Ele afirmou que seu objetivo é acabar com os sindicatos de professores, citando a necessidade de combater o que considera a influência negativa dessas organizações nas escolas.
Walter, conhecido por suas pautas conservadoras, buscou a inclusão de temas religiosos, como o ensino da Bíblia nas escolas públicas, durante seu tempo à frente da educação no estado. Sua gestão foi marcada por polêmicas relacionadas a questões culturais em educação. Em uma aparição no programa “Fox News @ Night”, ele comentou sobre a atuação dos sindicatos de professores, dizendo que eles utilizam dinheiro e poder para prejudicar as instituições de ensino. A Teacher Freedom Alliance confirmou seu novo papel, ressaltando que Walters combate o que chamam de “mob liberal dos sindicatos”.
Após o anúncio, o procurador-geral do estado, Gentner Drummond,criticou Walters, destacando a série de controvérsias e escândalos que marcaram sua gestão. Em sua declaração, Drummond pediu por um superintendente que priorizasse a qualidade do ensino nas escolas públicas.
Randi Weingarten, presidente da American Federation of Teachers, também comentou sobre a saída de Walters, dizendo que isso representa uma vitória para as crianças de Oklahoma. Ela destacou que o apoio aos professores é fundamental para a educação dos alunos e criticou a postura de Walters, que, segundo ela, trai a colaboração que precisa ocorrer para a melhoria da educação.
Como superintendente, Walters provocou controvérsias ao exigir que as escolas incluíssem a Bíblia no currículo e ao solicitar que os pais comprovassem a cidadania americana para matricular seus filhos. Recentemente, ele anunciou uma parceria com a Turning Point USA, prometendo que várias escolas secundárias no estado teriam capítulos da organização, que é conhecida por seu ativismo conservador. Walters acusou os sindicatos de professores de imporem uma ideologia “woke” nas salas de aula.
Walters tomou posse como superintendente em janeiro de 2023 e, nos primeiros meses de seu mandato, defendeu a introdução de orações nas escolas e a exibição dos Dez Mandamentos nas salas de aula. Ele tem defendido a ideia de reintegrar a espiritualidade nas instituições de ensino, alegando que a separação entre igreja e estado é uma “falsa noção”.
Na última temporada, uma investigação foi aberta sobre um suposto incidente em uma reunião do Conselho de Educação do estado, onde membros alegaram ter visto imagens inadequadas em uma tela no escritório de Walters. Ele afirmou que essas alegações eram mentirosas e um promotor do condado decidiu não apresentar charges criminais.
Walters não comentou sobre o momento em que deixará o cargo de superintendente nem se manifestou sobre sua saída.
